sexta-feira, 27 de dezembro de 2013



Palmares – grito de liberdade
Os negros africanos, que chegavam aos montes aos engenhos de Alagoas, logo que foi autorizado o tráfego negreiro, viviam como escravos, sendo maltratados, e trabalhando para enriquecer o patrão branco. Obviamente que eram revoltados e procuravam a todo custo, conquistar a liberdade.
Era preciso que surgisse um líder da raça, que incentivasse os demais a lutar pela tão sonhada liberdade. E, assim entra em cena, Ganga Zumba, que levou um grupo de negros para um local distante dos canaviais, no alto da Serra da Barriga, no atual município de União dos Palmares. Os engenhos localizavam-se nos vales dos rios Manguaba, Camaragibe e Santo Antônio. A notícia foi se espalhando e a cada dia, chegavam mais negros fugitivos.
Logo batizaram o local de Quilombo dos Palmares. Terra fértil, boa para o plantio de qualquer tipo de lavoura, foi se tornando um importante centro produtor. Os negros construiram uma verdadeira civilização, assim como era na África. Ganga Zumba se constituia no Chefe de Governo e tinha seus Ministros. Formou-se então uma verdadeira República Parlamentarista. Um avanço na época. Lá, eles viviam livres, falavam seu próprio idioma, não eram maltratados pelos brancos e podiam cultuar suas tradições religiosas e festivas.
Vez por outra, os portugueses, brasileiros e até os holandeses, tentaram acabar com esse refúgio dos negros. Não conseguiram. A população negra era mais numerosa e organizada. O tempo foi passando, e Ganga Zumba já não conseguia ter forças para liderar a comunidade. Na tradição africana, a hereditariedade era passada de tio para sobrinho. E, assim ele escolheu um desses sobrinhos: Zumbi, um jovem negro, forte, educado por um padre de Porto Calvo, que logo afeiçou-se a causa da liberdade, integrou-se ao Quilombo, e tornou-se o maior líder revolucionário da História do Brasil, finalmente reconhecido por decreto assinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, em 20 de novembro de 1995, exatamente quando o país reverenciava os 300 anos de sua morte.
Zumbi era um líder nato. Sua companheira Dandara, uma mulher forte, guerreira, que liderava o grupo feminino. Organizado, logo pôs ordem no Quilombo, nomeando seus assessores e distribuindo tarefas para toda a população, que era preparada para a batalha. Quando esse dia chegava, ninguém dormia. O quilombo fervia. Eram homens, mulheres e crianças de prontidão para o ataque. E foram vários.
Por quase um século o Quilombo dos Palmares resistiu. Mas em novembro de 1695, os brancos conseguiram subir à Serra da Barriga. Era um grupo numeroso e fortemente armado, liderado por Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira. O sangue jorrou. Milhares de negros foram barbaramente assassinados. Zumbi conseguiu fugir acompanhado de alguns de seus companheiros. Lutou até o fim, quando viu tudo que construiu ser destruído e seus irmãos de cor, sendo mortos.
Existem duas versões sobre a morte de Zumbi. A primeira é a de que ele suicidou-se, pulando de um precipício na Serra da Barriga. Mas os historiadores da época, afirmam que ele foi assassinado mesmo, depois de alguns dias da destruição total do Quilombo. Sua cabeça foi cortada e levada ao Recife, para ser exposta ao público como um troféu. Era o dia 20 de novembro de 1695. E depois de três séculos, essa data vem sendo lembrada como o Dia Nacional da Consciência Negra. A cada ano, centenas de negros e brancos sobem à Serra da Barriga nesse dia, para reverenciar Zumbi e sua raça.
Primeiro foram os franceses, que chegaram para explorar o pau-brasil. Não passaram muito tempo, mas deixaram uma marca: a construção do primeiro porto, que ficou conhecido como Porto dos Franceses, aproveitado depois como único porto da região, para o transporte do açúcar em demanda a Portugal. E foram quase três séculos com esse local contribuindo decisivamente com o progresso de Alagoas, até o surgimento do Porto de Jaraguá. Hoje, ainda existe um resquício aquela época: a carcaça de um navio francês, que, quando a maré está baixa, fica bem visível. E esse curto período vivido pelos invasores, imortalizou-se na História e está com o nome na “boca do povo”. É a praia do Francês, a mais badalada do litoral alagoano, conhecida no país e no mundo, como uma das mais bonitas do Brasil. Pertence ao município de Marechal Deodoro, distante poucos quilômetros da capital.
Mas a fase mais duradoura dessas invasões, foi mesmo a dos holandeses, que transformaram a Capitania de Pernambuco no Brasil Holandês. E muito contribuiram para o seu desenvolvimento, embora Alagoas não tenha experimentado essa fase de apogeu, que restringia-se mais ao Recife e Olinda.
Poxim em alagoas
Surgiram ainda as povoações de Anadia, Atalaia, Camaragibe, São Miguel dos Campos, Poxim e Porto de Pedras. A Comarca tinha como sede a vila de Alagoas, atual Marechal Deodoro, uma espécie de capital, já com suas Igrejas monumentais, ainda hoje preservadas. Penedo, Porto Calvo e Santa Luzia do Norte, eram as outras vilas, que continuavam crescendo e atraindo novos moradores.
Ainda no século XIX existiam em Alagoas as vilas de Água Branca, Mata Grande, Pão de Açúcar, Traipu, Piranhas, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, Quebrangulo, Assembléia (Viçosa), Imperatriz (União dos Palmares), São José da Laje, Murici, São Luiz do Quitunde, Coqueiro Seco e Pilar.
Os chefes políticos sempre dominaram Alagoas, espalhando a violência em várias regiões. Sempre ficavam impunes. Detinham o poder político e econômico. Muitos episódios marcaram a História de Alagoas, envolvendo famílias violentas. Os Malta, de Mata Grande, fizeram história, brigando entre si: Maia, de Pão de Açúcar; Teixeira, de Chã Preta; Mendes, de Palmeira dos Índios; Novaes, de Santana do Ipanema; Fidelis, de Pindoba; Calheiros, de Flexeiras; Tenório, de Quebrangulo (de onde surgiu o lendário Tenório Cavalcante, mais conhecido como o “homem da capa preta”, que migrou para o Rio de Janeiro, aterrorizando a Baixada Fluminense, com sua famosa metralhadora: a Lourdinha.
Essas famílias, brigavam entre sí, por questões de terra e política. aterrorizando os moradores das cidades, que, temiam ser mortos. Em Mata Grande, os Malta brigavam entre primos, irmãos, tios e outros parentes, provocando tiroteios em plena rua. Ninguém se atrevia a abrir a porta. Sempre foram temidos e se orgulhavam disso. Pindoba, sempre foi dominada pelos Fidelis, que aterrorizaram a pequena cidade. Não é mais. Muitos morreram, outros estão presos e, os sobreviventes, já não seguem o que seus antecessores fizeram. Matavam friamente os pobres coitados, que “olhassem atravessado” para um deles. Mas, essa fase também vem acabando. Muitos desses valentões já morreram, e os descendentes, já não mais seguem essa atitude burra, em desuso no mundo moderno em que vivemos. Pindoba hoje é comandada por um jovem fazendeiro, que não tem qualquer grau de parentesco com os Fidelis. A paz estabeleceu-se na cidade.
Também no início do século XX, surge outro verdadeiro pioneiro da indústria em Alagoas: o cearense Delmiro Gouveia, que havia saído do Recife, depois que provocou muita confusão por lá, fruto de sua audácia, inteligência e criatividade, que incomodavam os empresários e políticos locais. Lá, na capital pernambucana, ele fundou o Mercado do Derby, uma espécie de shopping center do século XIX. Desembarcando em Penedo, navegou rio acima até chegar próximo à Cachoeira de Paulo Afonso, encantando-se com a paisagem e resolvido ficar. Bem próximo, no povoado Pedra, fundou a primeira fábrica têxtil do Sertão alagoano. Também incomodou os estrangeiros, já que concorria com a linha Corrente (inglesa). Implantou uma verdadeira revolução industrial em plena região da seca. Venceu. Pedra tornou-se uma cidade industrial, com a vila operária e toda a infra-estrutura moderna, onde os operários eram bem tratados pelo patrão, recebendo toda assistência social possível. Luz elétrica, um avanço no início do século XX. Nem a capital dispunha desse benefício. E Delmiro levou a energia elétrica a Pedra, através da Cachoeira de Paulo Afonso, onde ele fundou a primeira Hidrelétrica do Nordeste, hoje ainda esbanjando progresso e tecnologia. Foi assassinado em 10 de outubro de 1917, quando lia jornal na varanda de seu chalé. O crime chocou Pedra e todo o Sertão alagoano. Dois suspeitos, foram presos (ex-empregados da fábrica). Mas a dúvida continuava. Ninguém achava que fossem aqueles pobres coitados, admiradores do ex-patrão e até compadres. Tinha “costa quente” por trás de tudo. Mas foram esses ex-operários que pagaram a conta. Um morreu na cadeia e o outro ficou até o fim da sua pena. Mas a família nunca se conformou e reabriu o processo, já depois dele morto. Venceu. Foi a primeira sentença pós-morte, onde o culpado foi julgado inocente. Coisas de Alagoas mesmo.
A fábrica de Delmiro Gouveia passou por vários donos. Na década de 1980, chegou ao estágio de pré-falência, levando o proprietário ao suicídio. Mas, recuperou-se. Foi adquirida pelo empresário Carlos Lyra, e hoje é uma das mais modernas do país.
Matinha da água branca
Até o século XVII o território de Água Branca fazia parte das sesmarias de Paulo Afonso (BA) que compreendiam, também, os atuais municípios de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia, sendo uma das cidades mais antigas do Estado. Foi denominada Mata Pequena, Matinha de Água Branca até se tornar município de Água Branca. O nome veio de uma serra da região rica em fontes de águas muito limpas.
Quem começou a povoar a região foi a família Vieira Sandes. Em 1769, o capitão Faustino Sandes arrematou algumas terras, atraído pelas serras, pela fertilidade do solo propício também à cana-de-açúcar e pelas boas pastagens, formando o primeiro núcleo de povoamento e tornando-se o tronco dessa família em toda região.
A primeira capela de Nossa Senhora do Rosário – foi construída quando a cidade ainda era povoada.
Anos depois o Barão de Água Branca ergueu a matriz de Nossa Senhora da Conceição, que se tornou a padroeira do município. Em 1864 foi criada a freguesia. Nove anos depois, através de lei, a vila foi elevada a condição de cidade.
Atualmente Água Branca tem na arquitetura antiga um de seus maiores atrativos, apreciada na igreja Matriz, na igrejinha do Rosário, no Centro Histórico da Praça de Matriz, na casa do Barão de Água Branca e no calçamento da praça Fernandes Lima. Sua riqueza natural concentra-se na beleza da serra do Himalaia. Os pontos altos da cidade com uma grande concentração de visitantes, no entretanto, registram-se nas festas de Emancipação Política (21 de abril), juninas e da Padroeira (28/11).
Ref. Bibliográfica: Guia dos Municípios – 1998
http://www.infonet.com.br/cinformmunicipios/municipio_cedro.htm
cedro























http://www.infonet.com.br/cinformmunicipios/municipio_portodafolha.htm
porto da folha
http://www.infonet.com.br/cinformmunicipios/municipio_riachuelo.htm
Riachuelo, dos pinto
http://www.infonet.com.br/cinformmunicipios/municipio_pirambu.htm
pirambu
ilha das flores
http://www.infonet.com.br/cinformmunicipios/municipio_ilhaflores.htm
brejo grande
Apesar de ser banhado pelo então Rio das Borboletas (São Francisco), Brejo Grande teve uma forte economia baseada na cana-de-açúcar, chegando a ter mais de 20 engenhos. Um dos mais importantes foi o Cajuhype, o primeiro a funcionar a vapor, em 1873. Pertencia ao advogado Manoel de Lemos Souza Machado, um penedense que marcou decisivamente a história de Brejo Grande e do Baixo São Francisco. Por conta da cana, o município também teve uma grande população de escravos e um movimentado porto.
Depois da cana, o município encontrou outra vocação: o arroz. As terras inundáveis eram propícias para essa cultura. Mais tarde, ganham força em Brejo Grande o algodão, a pesca, o petróleo e o coco. Na década de 50, o município também tinha uma grande produção de sal marinho.
Brejo sempre teve um grande potencial turístico, mas são pernambucanos e alagoanos que fazem a exploração de um dos locais mais belos de Sergipe. São dezenas de ilhas, com um denso e rico manguezal.
A invasão holandesa também parece ter marcado aquele município ribeirinho. Até hoje existe um povoado de nome Terra Vermelha, onde boa parte de seus moradores tem características européias: brancos, olhos azuis e loiros.
japoata

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