FAMILIA
CARVALHO
Aníbal de Almeida Fernandes, Setembro, 2010.
A) Família Carvalho em
Portugal:
1) Origem geográfica do nome da Família
Carvalho: o nome é tomado do antigo
Morgado de Carvalho em terras de Coimbra, Portugal. De carvalho,
do lat. quercus árvore, planta (Anuário
Genealógico Latino, IV, 19).
2) Antigüidade da Família Carvalho: esta família tem sua antigüidade e pureza de
sangue comprovada pela constatação de uma doação feita ao mosteiro de Lorvão
em 1131, assinada por Pelagius Carvalis, (Payo Carvalho)
senhor de toda a terra em que hoje está o Morgado de
Carvalho, que foi instituído por seu neto Bartolomeu Domingues, e
é o mais antigo Morgado em Portugal.
Nota: Esta documentação da doação ao
mosteiro de Lorvão esclarece de maneira irrefutável que na origem, a Família
Carvalho não era uma família de cristãos novos uma vez que, nessa época de
fortíssima religiosidade, um mosteiro jamais aceitaria a doação de um
cristão-novo, como alguns sugerem pela costumeira e errônea interpretação de que
nome de árvore é sempre referência direta a uma família de cristão
novo.
3) Registro heráldico da Família
Carvalho: o Brasão da Família
Carvalho é um dos 72 brasões das
72 famílias principais da alta nobreza de Portugal no séc. 16, que
foram pintados no teto da Sala dos Brasões do Paço Real de Sintra
por ordem de D. Manuel 1º, o Venturoso, (*1469 +1521), 14º Rei
de Portugal de 1495 a 1521, que escolheu esses 72 brasões quando mandou
reorganizar e qualificar a nobreza portuguesa tendo por
objetivo:
escolher as famílias mais
ilustres do Reino, em honra, história e bens, no séc. 16.
Brasão da Família
Carvalho
Armas: De azul, com uma estrela de ouro de oito raios, encerrada numa
caderna de crescentes de prata. Armas
Timbre: Um cisne de prata, membrado e armado
de ouro, com a estrela do escudo no peito.
Conforme registrado na Nobiliarchia Portuguesa
em 1676 de Antonio de Vilas Boas e Sampaio
Nota: Este Brasão escolhido pelo Rei para o
Paço de Sintra é prova inconteste que a Família Carvalho não era de
cristão-novo, pois no século 16 o cristão-novo era posto à margem da sociedade e
uma família de cristão-novo nunca seria considerada uma das 72 famílias mais
ilustres da mais alta nobreza do Reino.
4) Genealogia inicial da Família Carvalho
Felgueiras Gayo, principia a
genealogia da Família Carvalho no citado Pelagius Carvalis, ou
Payo de Carvalho, que foi o primeiro com este sobrenome, e era
Fidalgo ilustre do tempo de D. Afonso Henriques, 1º rei de
Portugal a 25/7/1139, com quem confirmou o foral da Vila de Cea em 1136.
Payo de Carvalho é filho de Moninho Moniz, Padroeiro do Mosteiro
de Arnoia, é neto de D. Garcia Moniz, Padroeiro de Travanca,
bisneto de D. Moninho Viegas, é 3º neto de D. Gonçalo Moniz,
Governador d’Entre Douro e Minho (Gayo, Carvalhos, Tomo IX,
Título, 80).
Payo de Carvalho é pai de:
Domingos Feirol de Carvalho,
avô de Bartolomeu Domingos de Carvalho,
2º avô de Soeiro Gomes de Carvalho,
3º avô de Fernão Gomes de Carvalho, que usava por armas no início do séc. XIV um escudo
carregado por uma caderna de crescentes. No séc. XVI, de acordo com o Livro do
Armeiro-Mor e o da Nobreza e Perfeição das Armas, os Carvalho usavam
essas armas:
4º avô de Gil Fernandes de Carvalho,
5º avô de Álvaro Gonçalves de Carvalho,
6º avô de Diogo Álvares de Carvalho,
7º avô de Gil Álvares de Carvalho,
8º avô de Álvaro de
Carvalho senhor do Morgado de Carvalho em 1450.
5) Família Carvalho na Ordem de Cristo os
Carvalho foram Comendadores e Cavaleiros da Ordem de Cristo (substituta da Ordem
dos Templários em Portugal).
Nota: o fato de membros da Família
Carvalho, pertencerem à Ordem de Cristo é prova conclusiva de que não eram
cristão-novos uma vez que essa Ordem, herdeira dos Templários, era extremamente
rigorosa na inclusão de seus membros.
B) Família Carvalho no Brasil: destacando os
descendentes de Caetano de Carvalho Duarte de São Miguel de Cajurú, Sul de Minas
sem ligação esclarecida com os Carvalho do
Brasil heráldico: Carlos Rheingantz em Titulares do Império
registra os seguintes 22 titulares Carvalho do Império do
Brasil:
1) Os 8
descendentes de Caetano de Carvalho Duarte, 6º avô de Anibal, filho de
João de Carvalho, (filho de Gonçalo
Simões e Domingas Duarte) que, a 29/6/1687 em São
Miguel de Silvares no Arcebispado de Braga, Portugal, c.c.
Domingas Duarte, (filha de Inácio Manuel e Maria João).Caetano de Carvalho Duarte batizado em 1702, se estabeleceu em São Miguel de
Cajurú, MG, sendo o Patriarca do Tronco Carvalho
Duarte-Cajurú.
Caetano de Carvalho Duarte é casado com Catarina de São José, (filha de
Antonia da Graça (3 Ilhoas) c.c. Manoel Gonçalves da Fonseca) e tem esses
8 descendentes titulares do Império do Brasil:
1) 1º Barão de Cajurú a 30/6/1860 o neto, João Gualberto de
Carvalho, 4º avô de Anibal. Um primo, 3º
neto do 1º Barão de Cajurú, submeteu-se no Laboratório de Genética Dr. Sérgio
Danilo Junho Pena, MG, ao exame do cromossomo Y de ancestralidade
paterna (Carvalho) tendo como resultado que pertence ao
haplogrupo R1b, que são os mais antigos europeus, tendo chegado há
40.000 anos atrás.
2)
Barão de São Tomé a 25/9/1872 o
bisneto, Francisco Gonçalves da Penha.
Brasão Barão São
Tomé
3)
2º Barão de Cajurú a 20/7/1889 o
bisneto, o comendador Militão Honório de Carvalho, (filho do 1º Barão
de Cajurú).
4)
Barão de Conceição da Barra a 11/7/1888
o bisneto, o Coronel José Rezende de Carvalho (neto do Marquês de
Valença).
5) Visconde do Rio Novo a 27/3/1867, o trineto José Antonio Barroso de
Carvalho.
6) Condessa do Rio Novo a 16/10/1880, Mariana Claudina Barroso Pereira de
Carvalho, (filha do 1º barão de Entre Rios e irmã do visconde de Entre Rios)
aparece na relação, pois recebeu o título de condessa após
ficar viúva do visconde do Rio Novo.
7) Barão de Entre Rios a 15/12/1852, o bisneto, Antonio Barroso
Pereira.
Brasão Barão Entre Rios
8) Visconde de Entre Rios (17/2/1883), o trineto Antônio Barroso Pereira,
filho do 1º barão Entre Rios.
Brasão Visconde Entre Rios
2) os outros
14 titulares Carvalho:
# Barão de Pojuca a 17/3/1883, José Freire de
Carvalho.Nascido a 13/5/1823 em Salvador,
BA e falecido a 3/1/1909, no Engenho Caboclo, Catu-BA. Abastado agricultor e
militante político, tendo exercido vários cargos de eleição
popular.
# Conde de Lajes a 23/9/1874
# Barão Rio Pomba a 3/8/1889
# Barão Passagem a 3/3/1868
# Conde de Subaé a 16/8/1882
# Barão Vila Bela a 25/3/1845
# Barão Campo Formoso a 4/7/1857
# Visconde Barra Mansa a 15/1/1868
# Marquês de Lajes, a 25/3/1845
# 1º Barão do Amparo a 17/1/1853
# 2º Barão do Amparo a 30/1/1867
# Marquês de Monte Alegre a 2/12/1854
# Barão de São Sapé a 30/7/1889
# Barão Rio Negro a 15/5/1867
Nota: o Cartório de Nobreza
que analisava e encaminhava as petições para a obtenção de Título de Nobreza,
para a sanção do Imperador era bastante cuidadoso na liberação dessa petição e
como TODOS obtiveram seus títulos de Nobreza isso mostra que nada foi encontrado
que os impedisse de ter seu título: os itens que impediam a concessão de um
título, ou dignidade, eram > bastardia, crime
de lesa majestade, ofício mecânico, sangue
infecto.
Fontes
usadas para estruturar esse trabalho:
Dicionário das
Famílias Brasileiras, Cunha Bueno/Carlos Eduardo Almeida
Barata.
Titulares do
Império, Carlos Rheingantz.
Anuário
Genealógico Brasileiro, Ano III, 1941.
Anuário
Genealógico Brasileiro, Ano VI, 1944.
Nobreza de A a Z
> www.sfreinobreza.com/nobaz.htm
http://www.genealogiahistoria.com.br/index_genealogia.asp?categoria=2&categoria2=1&subcategoria=136
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