sexta-feira, 20 de março de 2015

RECORDANDO A FAZENDA CANABRAVA



Fazenda Canabrava

Dados pesquisados em 2008

Cidades do Sertão do São Francisco
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS


O SERTÃO DO ESTADO

Ocupando aproximadamente 70% do território de
Pernambuco, o Sertão é a maior região do Estado,
Onde predomina a caatinga: vegetação seca formada
Principalmente de jurema, pereira, xique-xique,
Marmeleiro, e mandacaru.
No Sertão predomina latifúndios nas áreas de criação
De gado. Os minifúndios são encontrados em maior
Número nas áreas mais elevadas das serras e chapadas,
Onde aparecem os “olhos d’água”(nascentes de água)
Que permanecem favorecendo a agricultura.
A agricultura de subsistência tem grande visibilidade
No Sertão, praticada em pequenas propriedades
Instaladas nas áreas úmidas
No alto das serras e chapadas, favorecida pelos olhos
d’água perene ou pelas jusantes de açudes,
Onde os canais de irrigação são comuns. A agricultura
Praticada nas áreas serranas é rudimentar e apresenta
Baixo rendimento. Os principais produtos agrícolas são
O milho, o feijão e o algodão.
A jusante dos açudes e barragens, anteriormente feita
Referência favorece o aparecimento de uma agricultura
Mais bem planejada, com canais de irrigação e maior
Assistência técnica, com lavouras de banana, milho,
Hortaliças, arroz e feijão.
Por apresentar clima semi-árido, o investimento na
Atividade pecuária apresenta boa expressão, com centro
Econômico localizado em Petrolina, que ainda se destaca
Como maior produtor de uvas e vinhos do Nordeste.
Esta cidade está localizada as margens do São Francisco.

3. FORMAS DE POVOAMENTO DO SERTÃO

No Sertão foi a pecuária o elemento essencial de
Povoamento e desenvolvimento.
Através dos caminhos do gado surgem os currais e
As feiras.
Com o transporte do gado era necessária a criação
De locais apropriados para a recuperação do peso,
E para o descanso de animais e homens.
Assim, vão surgindo os currais e as fazendas,
Juntamente com pequenas parcelas de culturas de
Subsistência.
A formação de aldeamentos surgidos a partir
Das missões religiosas foram também formas de
Fixação de novos povoados:
“É natural vermos a construção de a igrejinha anteceder
A criação da freguesia, assim como a criação da
Freguesia preceder, em muitos anos, à organização
Política das povoações do Vale.
E esses aldeamentos eram, na sua maior parte,
“Quase sempre, resultados dos frades missionários”,
(LEITE, pág. 26).
Havia, na região, muitos atritos entre os colonizadores
Da Casa da Torre de Garcia D’Ávila e os missionários
(nota de Galeno: a meu ver eles não gostavam dos Jesuítas,
preferiam os franciscanos, principalmente os capuchinhos, sejam
franceses ou italianos);
Estes eram freqüentemente forçados a deixar a região,
Junto com os índios, por isso a presença indígena na
Região de Belém do São Francisco já era praticamente
Inexistente em fins do século XVIII.
(os índios foram massacrados principalmente pelos
Bandeirantes paulistas
– como havia muita rivalidade entre as tribos, eles
Contavam com a ajuda dos índios mansos (aldeia dos)
-nota de Galeno- como eles vieram ajudar na expulsão
Dos holandeses e depois na destruição do Quilombo
De Palmares, os paulistas muitas vezes massacravam até
(Índios mansos quando não conseguiam escravizá-los)
Quando não era mais possível que as lavouras agrícolas
E a pecuária convivessem lado a lado devido à
Necessidade de amplas pastagens e o desenvolvimento
Dos rebanhos; esta última ganha o Sertão, uma
Expansão que ocorre pelas margens de rio e riachos.
Então além de alimentos, o gado passa a fornecer
Couro, matérias-primas para consumo interno e externo.


BACIA DO SÃO FRANCISCO

O rio São Francisco foi descoberto em 04 de outubro
De 1647 pelo capitão Garcia D’Ávila II e o padre
Antonio Pereira (se é que existia ouro, ele nunca falou o lugar certo...
(Nota de Gileno);
Esse rio recebeu seu nome em homenagem ao
Missionário da Paz, Francisco de Assis.
(daí o Orbe Seráfico, da novela Cordel encantado,
Da Globo, por isso que digo que a Casa da Torre
Apoiava os franciscanos. (Nota de Gileno)

Sua bacia é formada pelo rio São Francisco e seus
Afluentes, abrangente cerca de 7% do território
Brasileiro.

O rio São Francisco é de planalto, nasce na serra da
Canastra, em Minas Gerais, e atravessa os estados da
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Possui grande
Potencial hidrelétrico, e ao longo do seu curso existem
Várias usinas: Três Marias (que, além de produzir
(Energia elétrica, controla o nível das águas), Paulo
Afonso, Sobradinho e Moxotó. É navegável num longo
Trecho entre Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina
(PE) e no seu baixo curso, situado na planície costeira
. Recebe várias denominações: rio dos currais, devido ao
seu papel na criação de gado, e rio da Unidade Nacional,
Porque une vários estados do Brasil. Possui um regime
Tropical.


A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

A idéia de desviar parte das águas do Rio São Francisco
Para irrigar o Sertão, por meio de um canal que o
Comunicasse com o Rio Jaguaribe, no Ceará, surgiu
Em 1858.
De ‘rio da Integração Nacional’, o São Francisco virou
‘Pomo da Discórdia’. O motivo em um projeto [...]
De retirada de parte de suas águas para tornar
Permanentes os rios e açudes do semi-árido nordestino,
Beneficiando Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco
E Ceará.
Defendida pelo governo federal, a transposição enfrenta
Oposição por parte de especialistas e políticos de Minas
Gerais, Bahia, Alagoas e Sergipe, que temem prejuízos
Para seus estados.
Ao longo dos anos 1980 e 1990, a transposição voltou
Ao debate, mas sempre esbarrando em questões
Técnicas, financeiras e políticas. Em 2004 um novo
projeto foi elaborado e aprovado pelo governo federal,
com um custo estimado de R$ 4,5 bilhões. A transposição prevê
A construção de espaços de bombeamento, aquedutos,
Túneis e outras obras para alimentar dois grandes eixos
Que atingirão os estados beneficiados. O objetivo é
Retirar do rio uma vazão contínua de 26 metros cúbicos
De água por segundo, aumentando esse volume de
Acordo com a capacidade do reservatório de
Sobradinho. Ao longo dos eixos, as águas
Alimentariam rios e açudes, impedindo-os de secar
Durante a estiagem. Apesar de as obras atravessam
Áreas de preservação e terras indígenas, os técnicos
[do governo federal] afirmam que o projeto não terá
Impactos sobre elas. Para os críticos contrários,
O projeto beneficia mais as
Grandes cidades e empresas do que a população
Dispersa no Sertão.
(nota de Gileno – Ouvi dizer que o aumento do volume
de água do Rio São Francisco, coincide com a época
das chuvas e a maré-cheia. O mar invade então o rio,
na foz, empurrando a água do rio para traz. Esta
Parte inundada pelo mar fica saloba. Na Austrália
, o processo de irrigação artificial, elevou o nível de água
saloba existente no subsolo, causando grave
(Impacto ambiental)


BELÉM DO SÃO FRANCISCO – SUA ORIGEM

6.1 - Fazenda Canabrava

Por volta de 1793, o casal Manoel de Carvalho Alves
(português) e dona Inácia da Conceição (5º
(Avô do primo Antonio José de Carvalho-nota de Gileno,
Citação no livro Poxim histórias e

(Lendas) arrendaram terras da “Casa da Torre” de Garcia D’Ávila,
na região ribeirinha do São Francisco.
Acredita-se que na referida região existia uma planta
Silvestre e brava, espécie de cana, que dominava a paisagem
. Daí o nome da Fazenda CANABRAVA (o mesmo nome do luga
r onde estava à família Carvalho, a fazenda da cobra)
Os Carvalhos por onde passaram deixaram nomes iguais para
suas fazendas em Brejo Grande, Pacatuba. (Não sei se a Fazenda da Cobra
citada por Antonio em seu livro é esta de Pernambuco, ou a de Pacatuba)


Fazenda Belém

Na antiga aldeia da Ilha Araxá, hoje Ilha da missão,
Segundo informações, existia uma igrejinha dedicada
A Nossa Senhora de Belém. Em 1792 numa grande
Enchente do rio São Francisco a igrejinha desabou,
Ficando apenas os escombros. Reza a tradição que
Batismo do nome de Belém à fazenda do Sr. Antonio
De Sá Araújo teria sido em homenagem a Nossa
Senhora de Belém. Nessa fazenda foi construída a
Primeira igreja - Nossa Senhora do Patrocínio - em
1840 os que favoreceram o seu povoamento. Assim, em
12 de outubro de 1885, pela Lei Estadual nº 553,
O povoado de Belém passou a Freguesia e, 17 anos
Depois, à vila. 6.3 Cidades Em 07 de maio de 1903,
A vila Belém foi elevada à categoria de cidade pela
Lei Estadual nº 597 com o nome de Belém de Cabrobó,
permanecendo com este nome até 1943, quando passa a
ser denominada Jatinã. O nome Belém foi substituído por
Jatinã por força de um decreto -lei na ditadura de
Getúlio Vargas, quando ficou proibido haver no Brasil
Duas cidades com o mesmo nome. Como já existia
Belém do Pará foi enviada uma lista tríplice a Mário
Melo, na época, diretor do Instituto Histórico e
Geográfico de Pernambuco, e ele escolheram o nome
Jatene por sua preferência a nomes indígenas. Em
1953, a cidade voltou a receber o nome “Belém”
Acrescido da expressão “do São Francisco”,
Que permanece até hoje:
BELÉM DO SÃO FRANCISCO

A partir da década de 70, em homenagem à
Emancipação política do município, o dia 07 de maio
Passou a ser comemorado festivamente, constando
O evento de: missa solene, disputas esportivas,
Desfiles estudantis, bailes, congregando assim os
Belenitas para os festejos de ordem política, cívica,
artística e religiosa. Assim sendo, resumimos nestes
quadros as seguintes informações sobre o município de Belém
Do São Francisco:

Denominações Diversas
1793 - FAZENDA CANABRAVA
1830 - FAZENDA BELÉM
1885 - FREGUESIA BELÉM
1902 - VILA BELÉM
1903 - CIDADE - BELÉM DE CABROBÓ
1928 - BELÉM
1943 - JATINÃ
1953 - BELÉM DO SÃO FRANCISCO

Independência Política - 07 de maio de 1903

Em maio de 1971, o então prefeito Gerson Alves de
Carvalho Pires oficializou o Hino do município de
Belém do São Francisco.· O Brasão, a bandeira e o
Hino são os símbolos oficiais do município de Belém
Do São Francisco.

7. PETROLINA

O frei capuchinho italiano, Henrique, realizava missões
Pelo caminho das águas pelas povoações ribeirinhas;
Também em ilhas banhadas pelo rio São Francisco,
E nos trechos que hoje correspondem aos municípios
De Santa Maria da Boa vista e Petrolina. Em meados
Do século, o mesmo frei fez o pedido da construção de
Uma capela ao vigário de Coripós, o que hoje é Santa
Maria da Boa Vista. A construção foi dada início em
1858 na pequena povoação de Passagem, localizada
Na margem esquerda do Rio São Francisco; no local
Havia uma área coberta de rocha, que posteriormente
Foi utilizada na construção da Igreja Catedral de
Petrolina. Na área também conhecida por “Pedra Grande”,
fica a atual Praça do Centenário, considerada marco zero da cidade.
Recebeu o nome de Petrolina em homenagem ao Imperador Dom Pedro II.
Periodização Histórica – de povoação da cidade
1858
POVOAÇÃO “PASSAGEM DE JUAZEIRO”
1862
FREGUESIA “PASSAGEM DE JUAZEIRO”
1870 VILA DE PETROLINA
1879 COMARCA DE PETROLINA
1893 AUTONOMIA MUNICIPAL

8. DADOS RELACIONADOS À EDUCAÇÃO NOS
MUNICÍPIOS DA REGIÃO

CABROBÓ:

População: 28.851 hab. – Área da Unidade
Territorial: 1.658 km².
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede Escolar/ 2006.
Total Matrículas do Ensino Fundamental de
6.623 estudantes-
Matrículas na Escola Pública Estadual
2.069 estudantes/
Matrículas Escola Pública Federal
0 - Matrículas Escola Pública Municipal
4.114 estudantes/Matrículas na Escola Privada
440 estudantes/Total Matrículas do Ensino Médio
1.962 estudantes/Matrículas na Rede Pública Estadual
1.850 estudantes/Matrículas na Rede Privada
112 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
408 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
93 docentes

ITACURUBA:

População: 4.097 hab.
– Área da Unidade Territorial:
430 km²-.
Ensino –
Matrículas, Docentes e Rede Escolar/
2006.
Total Matrículas do Ensino Fundamental
1.353 estudantes/
Matrículas na Escola Pública Estadual
0
Matrículas Escola Pública Federal
0 Matrículas Escola Pública Municipal
1.353 estudantes/
Matrículas na Escola Privada
0
Total Matrículas do Ensino Médio
339 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
339 estudantes
Matrículas na Rede Privada
0
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
54 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
14 docentes

SALGUEIRO:

População: 53.167 hab.
– Área da Unidade Territorial: 1.639 km²
.Ensino – Matrículas, Docentes e Rede Escolar/
2006.
Total Matrículas do Ensino Fundamental
11.571 estudantes/
Matrículas na Escola Pública Estadual
5.934 estudantes/
Matrículas Escola Pública Federal
0
Matrículas Escola Pública Municipal
4. 106 estudantes
Matrículas na Escola Privada
1.531 estudantes
Total Matrículas do Ensino Médio
2.907 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
2.560 estudantes
Matrículas na Rede Privada
347 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamenta0
505 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio138 docentes

FLORESTA:

População: 26.648 hab.
– Área da Unidade Territorial 3.644 kMc.
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede Escolar/ 2006.
Total Matrículas do Ensino Fundamental
6.111 estudantes/
Matrículas na Escola Pública Estadual
1.922 estudantes
Matrículas Escola Pública Federal
0
Matrículas Escola Pública Municipal
3.788 estudantes
Matrículas na Escola Privada
401 estudantes
Total
Matrículas do Ensino Médio
1.901 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
1.823 estudantes
Matrículas na Rede Privada
78 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
347 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
126 docentes

JATOBÁ:

População: 13.797 hab.
– Área da Unidade Territorial: 278 km².
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede Escolar/ 2006.
Matrículas no Ensino Fundamental
3.033 estudantes
Matrículas no Ensino Médio
1.094 estudantes
Nº de Docentes no Ens. Fundamental
150 docentes
Nº de Docentes no Ens. Médio60 docentes

BELÉM DE SÃO FRANCISCO:

População: 20.545 hab.
– Área da Unidade Territorial: 1.831 km².
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede Escolar/ 2006.
Total Matrículas do Ensino Fundamental
4.382 estudantes
Matrículas na Escola Pública Estadual
772 estudantes
Matrículas Escola Pública Federal
0 Matrículas Escola Pública Municipal
3.365 estudantes
Matrículas na Escola Privada
245 estudantes
Total
Matrículas do Ensino Médio
1.635 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
1.607 estudantes
Matrículas na Rede Privada
28 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
265 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
74 docentes

9. BARRAGEM DE ITAPARICA

Com a construção da barragem de Itaparica
(PE/BA – potencial hidrelétrico: 2.500 MW) cerca de
5.800 famílias de agricultores foram transferidas
Para agrovilas, em glebas na caatinga. Os projetos
Abaixo são de reassenta mentos que a CHESF
(Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) foi
obrigada a prover as condições necessárias à
instalação de uma vida digna para estas famílias:

Santa Maria da Boa Vista Projeto Caraíba
Orocó - PEProjeto Brígida
Itacuruba - PEProjeto Itacuruba
Petrolândia - PEProjeto Apolônio Sales Curaçá – BA
Projeto Pedra Branca Glória – BA
Projeto Borda da Lagoa Chorochos/
TerachilPiscigranjas
Glória – BA
Jusante Rodelas – BA
Itacoatiara Petrolândia – PEBl oco 2v Projetos
como a Itacoatiara (Rodelas /BA), Jusante (Glória BA),
e BLOCO 2 (Petrolândia /PE); são os que têm
apresentado maior demora na conclusão das obras
de beneficiamento da região. Até hoje representantes
do Pólo Sindical dos Trabalhadores Rurais do Submédio
do São Francisco lutam por melhorias na região, afetada pela
construção da barragem de Itaparica e formação do seu lago.
Esta construção foi uma ação promovida pela
CODEVASF (Companhia de desenvolvimento do Vale
do São Francisco) e iniciativas privadas. Em reunião em setembro de 2005
com o presidente, à época, da CODEVASF, Francisco Guedes, foi reivindicada
a devida assistência técnica aos projetos irrigados e a transferência de sua
gestão para os reassentados. A luta dos trabalhadores do Pólo
é histórica, começou em 1986 quando tiveram que
se deslocar para agrovilas já que a área que ocupavam
havia sido coberta com a inundação do lago de
Itaparica. A partir daí, o Estado garantiu que as
mesmas condições de vida que a população tinha
antes seriam mantidas. E para tanto, na data de 06
de dezembro de 1986 foi garantido aos reassentados,
a formação de um reassenta mento irrigado para as
cerca de 6.000 famílias de trabalhadores e
trabalhadoras da Bahia e de Pernambuco, que estavam
passando por todo este processo. Foi o primeiro
projeto financiado pelo Banco Mundial, em todo o
mundo, que gerou ao invés de indenizações em
dinheiro o reassenta mento para as famílias.
Infelizmente 20 anos após, esses projetos ainda se
arrastam. Durante o governo de Fernando Henrique
Cardoso, foi criado o GERPI (Grupo Executivo para
Conclusão do Projeto Itaparica) que instituiu o
programa de compensação financeira. Na época o
Pólo Sindical utilizou-se de estratégias para que
trabalhadores e trabalhadoras não aderissem à
proposta, mas um número acima de mil reassentados
e reassentadas fez adesão. O que é indicado como
um fator de miséria, desemprego e aumento da
miséria na região, segundo o Pólo sindical, pois deste
dinheiro pouco pode ser feito. Porém segundo
reportagem de 2006, o término para as obras estava
previsto para abril/2007, entretanto até aquele
momento apenas o que havia sido concluído era a
abertura das licitações para compra do material
elétrico e de irrigação
(Boletim PTRD KOINONIA,
2006)[1].
Após pesquisas feitas em dois
assentamentos (Brejinho de Fora – próximo a
Petrolândia,PE, e Fazenda Cana Fístula – próxima
a cidade Delmiro Gouveia, AL), pesquisadoras da
FUNDAJ, concluíram que a renda família, no primeiro
reassentamento, ficava em torno de dois salários
mínimos na época. Sendo que aproximadamente
metade da renda nos assentamentos provinha de
aposentadorias e pensões. A produção agrícola era
basicamente voltada ao consumo familiar; eram
plantados basicamente milho, mandioca e feijão,
mais algumas fruteiras como banana, melancia, coco.
As vendas de verduras ou frutas nas feiras são feitas
eventualmente. O criatório de animais também se dá
de forma bem resumida, numa média de menos de
meia dúzia de animais por família. A maioria dos
serviços, saúde, educação, abastecimento da casa
em utensílios e alimentos complementares são feitos
na cidade de Petrolândia, no caso de Brejinho de Fora.
A facilidade encontrada quanto a transporte na
comunidade de Brejinho, não há em Fazenda
Cana-fístula, às vezes é preciso ir à cidade mais
próxima, de moto ou a cavalo, ou fretar, na localidade
mais aproximada, um carro, esta é a medida mais
apropriada se for o caso de haver um doente,
ou alguém que um deseje ou não possa se aventurar
em caminhadas, ou nos outros meios citados.
A situação do ensino nesta comunidade também é
precária; a escola construída durante o processo
de reassenta mento, como parte do compromisso da
CHESF, atende apenas crianças do 1º grau menor,
conta com 3 professoras, à época, e recebiam 1
salário mínimo. O abastecimento de água nas duas
comunidades é ponto de crítica dos moradores
devido à distribuição, as quebras freqüentes nas
bombas, e o tratamento da água.
“Segundo afirmam, há uma enorme diferença entre
a qualidade da água que abastecia antes as moradias
e a que, hoje, lhes é oferecida. Lá, elas possuíam
“fontes” de abundantes e saudáveis”. (RAT, pág. 22).

10. CESVASF:
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO
VALE DO SÃO FRANCISCO –
BREVE HISTÓRICO

No ano 1971, o Sr. Alípio Lustosa de Carvalho
juntou-se a alguns professores e autoridades de
Belém do São Francisco para articularem a
possibilidade de se fundar uma faculdade.
Foi colocado à disposição o prédio da antiga Escola
Normal N. Sra. do Patrocínio, em horário noturno,
para funcionamento da instituição idealizada.
Em novembro de 1975, através da Lei nº 04/75,
publicada no D.O. De 13 de novembro de 1975,
foi instituída a Autarquia Municipal Faculdade de
Formação de Professores de Belém do São do
São Francisco (FAFORBE).
Os cursos da FAFORBE foram reconhecidos em
04 de setembro de 1984, através de Portaria
Ministerial nº 377, publicada no Diário oficial da União,
em 13 de setembro de 1984. No mesmo ano,
em dezembro a Autarquia passou a ser denominada
de Autarquia Bel emita de Cultura, Desportos e
Educação - ABCDE, e a FAFORBE passou a ser
denominada pelo nome que conhecemos até hoje,
Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco
- CESVASF.
A planificação de seus cursos se deu no ano seguinte,
através da portaria ministerial 222, de 20 de março
de 1985; e o que era o curso de Ciências Sociais foi
desmembrado em História e Geografia; porém o
reconhecimento destes só foi obtido em 1991. Em
fevereiro de 1994, foi autorizado mais um curso,
desta vez o de Ciências, com Habilitação em
Matemática, reconhecido em 10 de maio de 2001.
Desde 2000, o CESVASF começou a oferecer cursos
de Pós-Graduação "Latu Senso" nas áreas de História,
Letras e Geografia, todos autorizados pelo Conselho
Estadual de Pernambuco. Em 2003, os cursos de
pós-graduação foram ampliados, coma criação dos
cursos de Geografia do Turismo, História
Contemporânea, Técnicas Educacionais, Educação
Matemática e Educação Ambiental. Em 2007
foram instituídos mais dois cursos de graduação,
Biologia e Física e, na pós-graduação, as
especializações em Ensino de Língua Inglesa e
em História e Cultura Afro-brasileira e Indígena.
Hoje o CESVASF com 32 anos, vem assim,
alargando seu campo de atuação e desenvolvendo
um trabalho reconhecido pelos órgãos educacionais
e pela comunidade da região, a qual é também
diretamente beneficiada pelas atividades de extensão
desenvolvidas por esta Instituição de Ensino Superior
.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS·

Boletim do Programa Programa
Trabalhadores
Rurais e
Direito KOINONIA – Ano I – nº 0 / 2006.
· Especial Rio São Francisco (continuação 4)
26/10/2004.
· LEITE, Marlindo Pires. Belém: uma cidade no Vale
do São Francisco / Marlindo Pires Leite,
Maria Estelita Lustosa Roriz. Maria Auxiliadora
Lustosa Coelho; prefácio de Edson Lustosa Cantarelli.
– Recife: CEPE, 1993.· LIMA, Ana Elisa V.;
GALINDO, Magda Caldas.
Projeto Itaparica: avaliação do reassentamento rural
(4º Relatório de Acompanhamento Trimestral – RAT).
FUNDAJ, 1995.· SILVA, Severino Vicente da.
Mergulhados na saudade das cidades mergulhadas
nas águas do Lago de Itaparica.
Associação sem fins lucrativos, formada por pessoas
de igrejas cristãs e de outras expressões de fé,
além de líderes do movimento social. Tem como
princípio fundamental o compromisso com o
ecumenismo e a democracia tendo em vista
a luta em favor da cidadania, contra toda forma
de exclusão humana.

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