http://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alo_Rollemberg
retifico - eu havia dito que ele era casado com uma caldas, na verdade ele é netodos caldas...
retifico - eu havia dito que ele era casado com uma caldas, na verdade ele é netodos caldas...
Gonçalo de Faro Rollemberg (Maroim, 13 de setembro de 1860 — 14 de setembro de 1927) foi um médico e político brasileiro. Senador, filho de Manuel Rollemberg de Menezes e de (sua prima)Maria de Faro Rollemberg (D.Maria do Topo), nasceu no engenho Maria Telles em Sergipe, neto por parte de pai de Semeão Telles de Menezes, capitão-mor de Sergipe d'El-Rey e por parte de mãe de Gonçalo de Faro Rollemberg, barão de Japaratuba,cujo nome completo era na realidade Gonçalo Accioli (ou Accioly) de Faro Rollemberg; bisneto de Manuel Rollemberg de Azevedo,.1 O senador Gonçalo era trineto de Gonçalo Pais de Azevedo e de Antonia Caldas de Moura Accioly, e logo, descendente em linha indireta do Marechal José Inácio Accioly de Vasconcelos Brandão, sergipano. Descende diretamente também de Manuel Rollemberg, pai deste último Gonçalo, senhor de engenho em Sergipe ainda em 1759, possivelmente Murta e/ou Tôpo e de outro (o primeiro ancestral no Brasil) Emanuel Rollemberg, senhor de engenho já em 1670 em Matuim (recôncavo de Salvador, Bahia), e irmão de maior condição da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, que era natural de Portugal e de ascendência alemã da Baviera (ou da Prússia) sendo a mãe Cecília de Pina, portuguesa, e a avó Júlia Weide Rollemberg. Matuim, juntamente com outros três pontos vizinhos no recôncavo de Salvador, são o berço do açúcar no Brasil desde 1538, período ainda das capitanias hereditárias, anterior à chegada de Tomé de Souza que foi devolvida três décadas após, com o fracasso do donatário, à Coroa, a capitania da Bahia de Todos os Santos (a qual ao norte se estendia até a foz do rio São Francisco, incluindo Sergipe, e ao Sul iria até Itapoã no século XVII) durante o período do governo-geral.
O senador Gonçalo de Faro Rollemberg casou-se com Aurélia Almeida (Dias Coelho) e Mello, conhecida como dona Sinhá, filha de Antônio Dias Coelho e Melo, barão da Estância, e de Lourença de Almeida Dias Mello. Aurélia Dias Rollemberg era neta de Domingos Dias Coelho e Melo III, barão de Itaporanga (membro da primeira junta governativa de Sergipe, leal à proclamação da independência e contrária à resistência portuguesa do general Madeira na Bahia); trineta de Domingos Dias Coelho, casado nos Vieira de Mello e bisneta de Domingos Dias Coelho e Melo, Sargento-Mor de Sergipe d´El-Rey, casado com Francisca Maciel de Sá (cuja irmã, Joana, por sua vez, casou-se nos Barros Pimentel), da família Maciel de Sá, um dos três ramos dos Sá no Brasil, vindos ainda no século XVI com Diogo da Rocha e Sá. Este primeiro ascendente do Barão de Estância aportou no Brasil em 1557 com seu tioMem de Sá, terceiro governador-geral e seus primos Estácio de Sá e um filho do governador (?), o qual herdaria posteriormente o mais famoso e documentado dos engenhos da Bahia dos séculos XVI e XVII, o engenho Sergipe. Ainda por casamento de Domingos Dias Coelho e Melo, seu trisavô, descende dos Vieira de Melo, estes com copiosa ascendência e descendência, primeiramente em Portugal (note-se o Marquês de Abrantes e o Marquês de Pombal, no século XVIII) Pernambuco2 e com descendência até esse século em Sergipe (inclusive, notadamente, o Barão de Maroim, João Gomes de Melo, filho este por sua vez de uma (Clara) Azevedo Rollemberg) e sucessivos casamentos nos Rollemberg em várias gerações. O ramo Maciel de Sá estabeleceu-se em Sergipe, parte da capitania da Bahia de Todos os Santos, em engenhos de final do século XVI, por herança das terras tidas de um parente, Baltazar de Barbuda. De seu pai, Manuel Rollemberg de Meneses, o Senador Rollemberg descende dos Teles de Menezes (Semeão)3 avô do senador; que foi tronco também dos Bezerra de Menezes, do Ceará. Ainda pelo lado de seu pai, o senador Gonçalo descende diretamente de Apolônia Álvares (sua octavó) filha de Diogo Álvares Correia, oCaramuru, fidalgo de Viana do Castelo (origem de vários dos primeiros colonizadores), náufrago em 1509 na Bahia, e de sua mulher Catarina Álvares (batizada Kathérine du Brézil em 1528, em Saint Malo na França, durante sua estadia de dois anos na Corte Francesa do Renascimento, retornando após ao Brasil), Paraguaçu (filha do cacique Taparica, figura histórica essencial no apoio à colonização da Bahia em seus primórdios, culminada com a fundação de São Salvador da Bahia de Todos os Santos), e do marido desta mameluca, Jorge de Figueiredo Mascarenhas - Boatucá, conhecido como Cobra Caçadora, fidalgo da Casa Real, vindo ao Brasil com seu pai aos 12 anos de idade na companhia de Francisco Pereira Coutinho, primeiro e único donatário da Capitania da Bahia. E ainda, sempre através dos Telles de Menezes, com raiz diretamente (hexaneto) em Egas Moniz Barreto, cuja filha, Inês Barreto, casara-se já em meados do século XVI precisamente com Diogo da Rocha e Sá, com descendência que estaria entre os primeiros sesmeiros de Sergipe ainda no século XVI, unindo-se, por conseguinte, mais uma vez no século XIX, os Telles de Meneses como os Sá (Sá Souto Maior, originalmente em Portugal com o morgado de Deucriste, Leonardo de Sá Souto Maior) através do casamento do Senador Rollemberg com uma Dias Coelho e Melo a exemplo dos ascendentes desde o século XVI.4 Ver também na Nobiliarquia Pernambucana; sendo a destacar, finalmente, que Egas Moniz Barreto foi um tronco português de importância primordial no início do Brasil colonial quer no Rio de Janeiro quer na Bahia.
Essas famílias de primitivos colonizadores tiveram casamentos consangüínios ao longo do periodo colonial, do império e da república numa circularidade de relações de parentesco e atuaram enquanto uma verdadeira constelação de famílias estreitamente aparentadas como o mais importante grupo de poder provincial e estadual na Bahia, Sergipe e no Rio de Janeiro (Correia de Sá e Benavides), especialmente, espraiando-se para outros estados também. O que fica patente no estudo genealógico dessas personalidades exemplarmente aparentadas ao senador Rollemberg é a transferência à colônia, e desde seus primórdios, de membros das mais importantes famílias portuguesas, o que dificulta o entendimento do Brasil ter sido, sobretudo, um repositório de anônimos degredados, segundo a crença do senso comum. Ou são figuras política e economicamente proeminentes em Portugal e seus parentes próximos se radicam no Brasil, principalmente desde as capitanias da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e do que seria Sâo Paulo,e recebem da Coroa vastíssimas doações de terras, ou são ramos menos abastados dessas mesmas famílias em busca de riqueza que se aprofundam até os confins nos territórios limítrofes, a exemplo dos Bandeirantes. E pelo fato dessas famílias terem sucessivos casamentos entre si, o peso genealógico - exclusivista - da parentela se reforça ainda mais sobre o poder e é algo admirável pela continuidade secular em nossa formação histórica. Algo que explicaria mesmo a profunda ligação da elite brasileira nativa, de raiz portuguesa, sobretudo, com a Europa e com o Ocidente, mais amplamente, mesclando-se com novas correntes imigratórias européias a partir do sec XIX,; raiz integrante de nossa própria identidade nacional que só se reformulou no século XX com a consciência e o valor de sermos no novo mundo a grande civilização mestiça que nele logrou se construir. Esta tem sido capaz de integrar de uma maneira perene, azeitada, cristalizante, a mobilidade social e de repetir nos costumes políticos e econômicos a perfeita cooptação, a ausência de ruptura, a conversão de rivais em membros da classe dominante, em suma, a firme hegemonia ideológica herdada da unanimidade dos laços de sangue que é sempre copiada com admirável aplicação pelos que, egressos das classes dominadas, são acolhidos nas elites num exemplo original de circulação das elites pela "captação" da mobilidade social seja fruto da vida política ou dos ciclos econômicos da história. Este traço de permanência sócio-cultural e a capacidade portuguesa e depois brasileira de conservar e ampliar o território nacional uno e indivisível são marcos da história do país e o distinguem da fragmentação territorial e até de conflitos étnicos em outros países da A.L. e dos E.U.A aonde os americanos de origem afro com o racismo implacável dos brancos não deram origem por ampla miscigenação à grande maioria dos mulatos e dos "brancos por procuração", depositários das três matrizes raciais, como se diz na Bahia, a "mulata velha", e que hoje tanto nos distinguem favoravelmente pela identidade vinda da diversidade, o que nos envaidece e nobilita perante o mundo, sendo a base, a seiva vigorosa do caráter nacional brasileiro.
Os filhos do Senador Rollemberg e de Aurélia Dias Rollemberg foram José de Faro Rollemberg ("Coronel" Zezé do Topo), casado com Josephina Leite Rollemberg (Dona Senhora), em primeiras núpcias, nos Rabello Leite de Riachuelo, descendente de Jorge Rabello Leite (Capitão de S.Cristóvão, em 1590, próximo à governança de Diogo de Quadros, e cujo honônimo foi também Capitão-mor de Sergipe d´El Rey em 1690), Lourença Rollemberg Leite, Maria Rollemberg da Cruz (D.Nenen), Antonio Dias Rollemberg (Tonico, o advogado e político que herdou o engenho Murta ao casar-se com a prima Donana, vindo o engenho (Flor da) Murta por herança do Desembargador Accioly(?), proprietário também do engenho vizinho Largatixo. O desembargador já nascera na Murta em 1862 e nela também nascera José de Faro Rollemberg (o político e senhor de engenho ilustrado em Paris que fez libertar os escravos, José de Faro) filho do Barão de Japaratuba, em 1845.
Note-se que o barão de Japaratuba tinha uma irmã, honônima de sua filha Maria de Faro Rollemberg (mãe do senador Rollemberg); esta tia, que faleceu prematuramente, é confundida inadvertidamente, com D. Maria do Topo, pois; e era conhecida como a "Solarenga Sinhá do São Joaquim" (engenho) sendo enteada do barão de Maroim, João Gomes de Mello, que se casara com a mãe do barão de Japaratuba, viúva de Manoel Rollemberg de Azevedo.
Os outros filhos do senador Rollemberg foram Aurélia Rollemberg Dantas, Ana Dias Rollemberg, Manuel Dias Rollemberg (Manelito), Amélia Dias Rollemberg Leite (D.Milú), Clara Rollemberg da Fonseca (D. Clarice) e um dos primeiros economistas com formação acadêmica, Luiz Dias Rollemberg (Dr. Luís). O Senador Rollemberg, era, dentre dezoito outras propriedades rurais, senhor do engenho do Topo, seu primo desembargador José de Barros Accioly de Menezes, do engenho da Murta, cujo pai honônimo, um plutocrata de Sergipe do século XIX, José de Barros Acioly de Menezes,senhor de numerosos engenhos e propriedades, era filho de seu-tio avô tenente-coronel João Nepucemo Telles de Menezes e casado com sua prima Anna Rollemberg de Menezes; faleceu em 1874; casando-se por sua vez o filho desembargador José de Barros Accioly(o "velho Accioly")com uma prima nos Accioly Cavalcanti Wanderley, de Pernambuco (originalmente Van Der Ley, vindos com a Invasão Holandesa do século XVII ao Leão do Norte) conservando-se, portanto, a segunda propriedade rural "Flor da Murta", um dos primeiros engenhos de açúcar sergipanos sempre na família Rollemberg - até presentemente na nona geração já no século XXI, desde o início do século XVIII (ou mesmo anteriormente, pois a fundação original de Japaratuba remontaria talvez ao período imediatamente posterior a 1589, com a chegada de Cristóvão de Barros a Sergipe para a conquista portuguesa e seu encontro com o cacique Japaratuba e seu irmão, o cacique Pacatuba) à época da expulsão dos índios da Missão de Japaratuba em 1695 por Joana Pimentel. Esta possivelmente uma Barros Pimentel também, com origem familiar em Porto Calvo, Alagoas, e ancestral dos Pimentel Franco. Os Barros Pimentel, vale enfatizar a confluência de uniões, no limite descendem também, como o barão de Japaratuba, de Gaspar Accioly de Vasconcelos chegado ao Brasil em 1618, procedente da Ilha da Madeira (e lá seus ancestrais banqueiros procedentes de Florença em 1512). Deste, um dos ramos pernambucanos teria dado origem aos Accioly (Rollemberg)de Sergipe.
Referia-se Augusto Leite Rollemberg (Cajueiro, 1913; Murta, 1985), o neto primogênito do Senador Rollemberg - e irmão de Armando Leite Rollemberg, Ministro e Presidente do TFR (STJ) deputado federal em várias legislaturas, professor da Faculdade de Direito de Sergipe, autor, entre outros casos momentosos, do voto que serviu de base para o cancelamento de minas e jazidas do "truste" canadense Hanna Mining no STF pelo Ministro Evandro Lins e Silva em 1966, à época da ditadura militar; um marco na atuação do capital estrangeiro no Brasil - aos encontros regulares, às tardes, entre o Senador Rollemberg e seus parentes José de Barros Accioly (o Velho Accioly), Thomaz Rodrigues da Cruz e Gonçalo Rollemberg, do engenho Pedras, todos irmanados no Engenho Topo, quando a Casa Grande já à época de declínio do açúcar (e do algodão) ainda resistia mas deixara de ser mais importante que a cidade. Lá no engenho já estavam num dos três salões de frente da casa-grande as reproduções em grande formato dos quadros de David, das batalhas napoleônicas de Friedland e de Eylau, sendo que na história de Sergipe é feita referência, coincidentemente, aos dois Rollemberg que foram perseguidos (até seu engenho) à época da Independência por apoiarem a Insurreição Pernambucana de 1817 e, em seguida, durante a Confederação do Equador. As simpatias francófilas que nasceram com as insurreições do final do sec. XVIII foram notórias e aparentemente paradoxais entre senhores de engenho ao lado de expoentes ilustrados da classe média urbana, inclusive entre os Azevedo, especialmente, sendo que em 1806 o Marechal José Inácio, então senhor de engenho de grandes haveres na Bahia, recepcionara em Salvador,em ágape memorável, o príncipe Jerôme Bonaparte, muito antes do "tournant" de Portugal em direção à França após a restauração definitiva dos Bourbons em 1815, com a vinda da Missão Francesa em 1816, graças a António de Araújo e Azevedo, o visionário Conde da Barca, fato histórico fundamental na presença francesa no Brasil do século XIX.
Em favor de eventuais pesquisas ver nessa enciclopédia os verbetes relativos a Antônio Dias Coelho e Melo (e também na genealogia portuguesa, família Melo ou Mello), Barão de Estância, a Domingos Dias Coelho e Melo, Barão de Itaporanga, e a Gonçalo Accioly de Faro Rollemberg, Barão de Japaratuba, o qual juntamente com seu pai Manuel Rollemberg de Azevedo, o avô Gonçalo Paes de Azevedo (Rollemberg) e o bisavô Emanuel Rollemberg também constam - individualmente - em Portugal - na Genealogia Portuguesa, assim como as famílias Rollemberg (inicialmente constava da família Azevedo com o verbete relativo a Manuel Rollemberg de Azevedo e a seu filho, Gonçalo de Faro Rollemberg, sendo após separada da familia Azevedo quanto a esse último, apenas, o Barão de Japaratuba, independentemente para a nova titularidade, pois, pelo aumento do número de verbetes na enciclopédia portuguesa).
Constam, por conseguinte, dos principais estudos genealógicos portugueses, as famílias unidas por sucessivos parentescos e casamentos (especialmente a partir do século XVIII), Telles de Menezes, Accioly, Faro e (Araújo de) Azevedo (a mesma família do Conde da Barca, António Araújo de Azevedo, falecido em 1817 e principal ministro à época da constituição do reino-unido, nova sede do império português quando da estadia da Família Real no Brasil com D.João VI); essas famílias aparentadas, estruturadas em um bloco de poder oligárquico persistente, estão mais detalhadas nos dicionários e enciclopédias portuguesas, constando seus principais personagens e domínios ao longo de sua evolução histórica (inclusive os Saldanha da Gama, estes aparentados por casamento com uma sobrinha do Barão de Estância,filha de seu único irmão e genro do Visconde de Fiaes, voltando os descendentes deste ramo a viverem em Portugal e na Alemanha, desde então). As pesquisas e estudos propriamente ditos de genealogia portuguesa, referem-se do ponto de vista histórico à copiosa titularidade nobiliárquica que remonta aos primórdios de Portugal e Brasil até o presente, contendo também uma classificação ocupacional dos membros, de interesse histórico fundamental no estudo da constituição da alta burocracia do Estado em Portugal e no Brasil.
Recentemente, o livro de 2005 Memórias de Dona Sinhá (Introdução, prefácio, notas e anexos de Samuel Barros de Medeiros Albuquerque) revela documento precioso para a historiografia do século XIX na linha da "Histoire de la Vie Privée", mais especificamente, sobre o universo feminino na sociedade do Império, pelo testemunho e reflexões de Aurélia Dias Rollemberg acerca da vida quotidiana da aristocracia do açúcar, cuja importância seminal na formação brasileira foi reiterada neste século, em primeiro lugar, na obra clássica centrada na (mas não apenas) Antropologia devida a Gilberto Freyre, especialmente em "Casa Grande e Senzala", a qual foi retomada, finalmente, num contexto de reavaliação, em parte positiva, das teses de Freyre, por Darcy Ribeiro, como berço da grande civilização mestiça existente, a brasileira, nos trópicos, exemplo de miscigenação virtuosa para o mundo; mas também como exemplo acabado da cristalização, ao longo de séculos, do poder político e econômico em redes sociais de parentesco e mando,dos autocratas locais ao governo do país, influindo decisivamente sobre o Estado patrimonialista da colônia à república atual, e cuja formação oligárquica é ainda presente em nossa realidade política, e foi teorizada destacadamente em "Os Donos do Poder" de R. Faoro. Marcos do conhecimento nos quais os "explicadores do Brasil" ensinam as razões profundas de uma dominação secular, estável e inconteste, em seu quase virtuosismo de abrandamento dos conflitos de classe e de raça, até reafirmar sua impossibilidade conceitual pelo domínio da mestiçagem generalisada dos brasileiros em comparação com outras sociedades.
Nesse particular, o contexto histórico da colonização do Nordeste se destaca como muito diverso do papel dos bandeirantes, já que se constituíra um domínio sobre um vasto território até o norte sob um regime de exploração agrária e de pecuária servindo-se de uma dominação de traços feudais, com o arrendamento de centenas de milhares de hectares de propriedade do morgado ou de centenas de senhores de engenho aos exploradores diretos da terra. A esse respeito ver p. ex., "O Feudo" de L.A Moniz Bandeira sobre o papel seminal da Casa da Torre de Garcia D´Ávila, família que descende de uma outra das quatro filhas de Caramuru e Paraguaçu e da cepa portuguesa chegada nos primórdios do século XVI e que, especificamente, liderou durante trezentos anos a ocupação territorial da Bahia ao Piauí, até a extinção do morgado no século XIX, logo após o papel primordial de um de seus membros, o Visconde de Porto Seguro durante a Independência contra o General Madeira, português. A denominação familiar passara a ser Pires de Albuquerque até depois da Independência da Bahia (com a guerra aos portugueses) e Brasileira. Este foi o fato determinante para a permanência do nordeste como parte integrante do país. Por conseguinte, a colonização "semi-feudal" do nordeste por assim dizer, devido a alguns de seus traços - em contraste com a colonização do sudeste - deixou marcas profundas na própria identidade da classe dominante brasileira e, em geral, nos padrões sociais, políticos e culturais da sociedade brasileira como um todo revelando-se ao longo do século XX a persistência na região (e dissseminando se pelo Brasil) o anacronismo de estruturas, especialmente a agrária, e os vínculos marcantes de lealdade e subordinação entre classes, de traço pré-capitalista, que ressurgem, em seguida mesmo nas relações sociais do universo urbano contemporâneo
Finalmente, é importante reiterar - agora a título de ilustração desses padrões referidos acima na literatura do século XIX - principalmente pelo seu valor histórico - o resultado eloquente que constitue o diário objeto da obra "Memórias Diário de Dona Sinhá". Trata-se, em suma, de um precioso, raro e conciso testemunho escrito na juventude da esposa do Senador Rollemberg e durante os primeiros anos de casamento com o seu "Gonçalinho", (sendo incerto se teria havido um segundo caderno do "Diário" extraviado) ao qual sempre se refere no texto com uma admirável ternura. O livro não abrange, pois, o papel político no período de senador da Primeira República que coube ao marido, em continuidade ao período de senador do Império, de seu pai, o Barão de Estância.
Gonçalo Rollemberg foi deputado provincial e senador da República de1918 a 1926. Como Vice-Governador assumiu a Presidência de Sergipe, atuou no antigo Partido Republicano e é referida a sua habilidade nos apartes e discursos no Senado, colega que foi,de debates, de Nilo Peçanha, Presidente da República, quando senador e a quem apoiou politicamente em Sergipe. Sua tese de formatura na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro teve como título "Da Icterícia"; H.V.L.R. Consultar referências, notas e bibliografia abaixo
Referências
- ↑ ver família Azevedo na Genealogia Portuguesa
- ↑ ver Genealogia Portuguesa, Nobiliarquia Pernambucana e Genealogia Pernambucan a
- ↑ ver Genealogia Portuguesa e Nobiliarquia Pernambucana, nesta, incompleta, constando apenas o primeiro casamento de Semeão Teles de Menezes
- ↑ ver na Genealogia Portuguesa Monizes e Menezes
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