quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Noel Rosa e o Cabrobó

s-->Noel Rosa e seus antepassados -- 28/11/2001 - 00:30 (Pedro Wilson Carrano Albuquerque)

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NOEL ROSA E SEUS ANTEPASSADOS 

O COMPOSITOR 

1. NOEL DE MEDEIROS ROSA. Nasceu no Rio de Janeiro (RJ), no Bairro de Vila Isabel, em 11-DEZ-1910, tendo seu maxilar afundado durante o parto, feito com fórceps. Seu batismo, celebrado pelo Cônego Antônio Boucher Pinto, deu-se na pia batismal da Matriz de São Francisco Xavier do Engenho Velho (igreja fundada por José de Anchieta em 1625 e onde foi celebrado o casamento do autor deste ensaio), no dia 29-JAN-1911, primeiro aniversário de casamento dos pais. Os padrinhos de Noel foram o Dr. José Rodrigues da Graça Melo, médico que acompanhou o nascimento do poeta ao lado do Dr. Heleno da Costa Brandão, e Maria Arlinda Rodrigues de Almeida Madureira. Foi, certamente, um dos maiores compositores da história da música popular brasileira. Também letrista e violonista. Tendo iniciado seus estudos com a mãe, ingressou no Colégio Maisonette, passando, posteriormente, para o Colégio São Bento. Aprendendo a tocar bandolim, de ouvido, aos 13 anos de idade, mudou para o violão, instrumento que o acompanharia até a morte (o primeiro foi-lhe dado por Fábio de Lima Goyano, farmacêutico, esposo de sua madrinha). No dia 15-OUT-1927, seu primeiro encontro com a morte: encontra a avó pendurada em uma corda, sendo esta a primeira vez em que o compositor foi notícia de um jornal (o Correio da Manhã, em sua edição de 16-OUT-1927, ao narrar a tragédia, publicou: "Uma das crianças da casa, tendo ido ao quintal, deparou ali, baloiçando, um corpo de mulher, correndo a inocente aos gritos contar o que vira ...". Certa vez, Noel caiu de uma ribanceira no fundo de seu quintal, ficando entre a vida e a morte, tendo sido necessário levá-lo para fora do Rio para restabelecer-se (sua mãe, em entrevista dada à Noite Ilustrada em 18-MAI-1937, afirmou ter-se tratado, em seu entendimento, de tentativa de suicídio). Freqüentador de rodas boêmias, participou do grupo musical Bando dos Tangarás, formado por João de Barro, Almirante, Alvinho e Henrique Brito. Em 1932, abandonou a Faculdade Nacional de Medicina, onde estudava, para se dedicar à música. Deixou mais de 250 composições, podendo ser citadas, entre elas: "Com Que Roupa" (seu primeiro sucesso como compositor, obtido em 1930), "Conversa de Botequim", "Feitio de Oração", Pra que Mentir", "Fita Amarela", "Palpite Infeliz", "Último Desejo", "Quem Ri Melhor", Não Tem Tradução", "Provei", "Só Pode Ser Você", "Três Apitos", "A.E.I.O.U.", "Até Amanhã", "Feitiço da Vila", "Dama do Cabaré", "É Bom Parar", "Gago Apaixonado", "O Orvalho Vem Caindo", "Pastorinhas", "Para Me Livrar do Mal", "Pierrô Apaixonado", "Menina dos Olhos", "Rapaz Folgado", "Cidade Mulher" e "Quando o Samba Acabou". Casou-se, em 11-DEZ-1934, no Rio de Janeiro (RJ), com Lindaura Martins (n. em 9-JUN-1916 no Estado de Sergipe e fal., de derrame cerebral, no Rio de Janeiro, RJ, em 29-AGO-2001; filha de José Martins Neves e de Olindina Pereira da Mota). Sua mulher acidentou-se quando esperava um seu filho, fato que provocou a perda da criança e impediu que o compositor tivesse geração. Faleceu tuberculoso, no mesmo quarto em que nasceu, nos braços da esposa e junto à mãe, em 4-MAIO-1937, pouco antes das onze da noite, ao som da música "De Babado", de sua autoria, tocada em festa que se realizava em casa vizinha. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, com o compositor Ari Barroso (seu parente distante, por parte da mãe) apresentando, de improviso, o discurso de despedida. Se durante seus poucos anos de vida deixou obra tão bela e numerosa, podemos imaginar o que a música brasileira perdeu com a sua morte. Um monumento em sua homenagem foi erigido em Vila Isabel, bairro que sempre amou. 

OS PAIS 

2. MANOEL GARCIA DE MEDEIROS ROSA. N. em 24-MAIO-1880 no Município de Leopoldina (MG). Casou-se em 29-MAIO-1910, no Rio de Janeiro (RJ), com Marta Correia de Azevedo, com quem teve os filhos Noel e Hélio de Medeiros Rosa. João Máximo e Carlos Didier, em seu livro "Noel Rosa - Uma Biografia", assim se referem a Neca, como era chamado Manoel Garcia: "por mais dura, malograda ou mesmo trágica que venha a ser sua existência, passará por ela com a maltrapilha dignidade de um Dom Quixote. Sonhando muito, lutando, tropeçando repetidas vezes, reerguendo-se, investindo contra moinhos de vento, caindo, levantando-se para novas batalhas inglórias. Positivamente, não nasceu para vitórias, mas para sonhar com elas. Até que suas fantasias comecem a transformá-lo, será um homem bondoso, altruísta, dócil, as maneiras gentis contrastando com o corpo avantajado, mais de um metro e noventa, as mãos enormes, o jeito pesadão. Um lutador. Sempre acreditando que o trabalho é o alimento da vida. E a honestidade o condimento. Fará dessa crença um de seus lemas". Com apenas 10 anos de idade, largou a localidade de Ponte do Cágado, onde vivia com a mãe, para lutar por seu sustento em Juiz de Fora (MG). Ali fez pequenos serviços como estafeta, mudando-se poucos meses depois para o Rio de Janeiro, onde realizou biscates e trabalhou como vendedor ambulante e em uma casa comissária de café. Seu primeiro emprego fixo no Rio foi, no entanto, de guarda-livros da Camisaria Especial, na Rua do Ouvidor, tendo chegado a gerente da loja e, até mesmo, a ter participação na firma. Posteriormente, abriu, com outro empregado da Camisaria, seu próprio negócio: uma importadora na Rua Gonçalves Dias. Com a Primeira Guerra Mundial foram suspensas as importações da Europa, entrando em crise a casa de roupas de classe de Manoel. Liquidada a empresa, arcou sozinho com as suas dívidas e partiu para o interior, deixando a família no Rio, para ocupar emprego de agrimensor. Tornou-se, então, chefe de equipe encarregada de loteamento de terras no noroeste paulista, onde trabalhou, também, em contrução de estradas. Ao tentar ajudar uma comunidade indígena da região, contraiu maleita. Retornando ao Rio, chegou a exercer as funções de "fiscal do bucho" (funcionário municipal que fiscalizava o comércio de miúdos de boi nas feiras livres). O livro "Quem é Quem na História do Brasil", editado pela Abril Multimídia em 2000, informa que foi, também, gerente de farmácia, o que deve ter ocorrido em estabelecimento de Fábio Goyano, a quem prestou serviço durante algum tempo. Passa depois por uma fase de inventor, não tendo, contudo, obtido sucesso em seus projetos. Arrumou, então, um emprego na Inspetoria de Abastecimento da Prefeitura do Distrito Federal. Gostava de cantar e tocar violão, o que pode ter influenciado o interesse do filho pela música. Sofrendo de grave depressão e crises de insônia, acabou sendo internado na Casa de Saúde da Gávea, no Rio de Janeiro (RJ), onde pôs fim à própria vida, por enforcamento ao pé de sua cama, em 3-MAI-1935. 
3. MARTA PACHECO DE AZEVEDO. N. em 4-JUN-1889 no Bairro do Rio Comprido, no Rio de Janeiro (RJ). Como chegou ao mundo no ano da Proclamação da República, seu pai, certa vez, escreveu longo poema, intitulado "Pobre República" para ser declamado pela menina no palco de um teatrinho. Pelas descrições existentes, era bonita, com boca bem feita, rosto delicado e olhos verdes. Tocava bandolim nos saraus familiares, tendo ensinado o filho a usar o instrumento. Sempre tratou os filhos com muito amor, generosidade e tolerância. Professora, montou uma escola em sua residência (Externato Santa Rita de Cássia), não cobrando dos que não podiam pagar. Trabalhou muito quando do crescimento das dificuldades financeiras provocadas pela decisão do marido de fugir de bons empregos para dedicar-se aos seus projetos quixotescos que nunca se concretizariam. Marta era uma pessoa decidida e tinha grande influência sobre os filhos. Pode ser citada como exemplo disso a sua viagem a Vitória (ES) para levar Noel de volta para o Rio, quando soube que o filho havia sido tomado por uma paixão por jovem da localidade e deixara desamparada a esposa Lindaura. Ou quando mandou Noel para a casa de sua irmã em Belo Horizonte (MG), contra a vontade do filho, para tratar de tuberculose que o acometera. Apegada a seus princípios, não concordou com o compositor quando ele quis levar Lindaura para sua casa sem certidão de casamento, entendendo que códigos de moral precisavam ser respeitados. Esperava, também, que o filho, com o matrimônio, adquirisse juízo e recuperasse a saúde, abandonando a boêmia. A morte do marido transformou a mulher forte em uma criatura sem ânimo, deixando marcas em seu rosto sofrido e embranquecendo seus cabelos. Quando Noel Rosa agonizava, um vizinho, que comemorava o aniversário da esposa com uma "jazz band" e danças, tendo tomado conhecimento da situação do poeta, perguntou a Marta se o som proveniente da festa incomodava o compositor, tendo ela respondido que a evento deveria prosseguir, pois uma música nunca incomodaria o filho. Após a morte de Noel, exausta, fechou a sua escola e passou a dar aulas particulares. Em 1939, foi descoberto um tumor maligno em seu seio esquerdo, o que acabou levando-a à morte às duas horas da tarde do dia 26-JUL-1940, no Hospital Evangélico da Rua Bom Pastor, na Tijuca, Rio de Janeiro (RJ), tendo ao lado Arlinda, sua amiga e comadre. 

AVÓS 

4. MANOEL GARCIA DA ROSA. Casou-se em torno de 1879, no Município de Leopoldina (MG), com Belarmina de Medeiros. Pouco se sabe a seu respeito. Faleceu ainda jovem, um ano após o seu matrimônio e logo após o nascimento do único filho, Manoel Garcia de Medeiros Rosa. 
5. BELARMINA DE MEDEIROS. N. por volta de 1863 em Leopoldina (MG). Ficando órfã muito cedo, passou a ser criada, com apenas 4 anos de idade, pela Professora Maria Augusta de Freitas Pacheco, filha de José de Freitas Pacheco e de Emília Augusta de Ávila Brandão, também ancestrais de Noel Rosa. Após sua viuvez, com apenas 17 anos, voltou a viver com Maria Augusta, juntamente com o filho. Em 1885, com o casamento de Rita, sua irmã de criação, foi viver com aquela grande amiga em Brejo, atual Tebas, Município de Leopoldina (MG). Pouco se falava de seus antepassados, procurando-se colocar no esquecimento uma tragédia que abalou sua família: o suicídio de seu pai. Jamais voltou a pensar em casamento, por julgar que tal procedimento representaria uma traição à memória do marido. Em 1910, residindo no Rio com Rita - a quem ajudava na escolinha instalada pela irmã de criação, além de cuidar, com gosto e capricho, da cozinha da casa -, foi testemunha do casamento de seu filho. Em 15-OUT-1927, no Rio de Janeiro (RJ), Belarmina, que se mostrava desinteressada de tudo, a ponto de exigir cuidados médicos, levantou-se de madrugada e foi para o fundo do quintal da casa em Vila Isabel onde residia com Rita, subiu em uma cadeira, amarrou uma corda de varal na trave do galinheiro, enfiou o pescoço no laço que ela própria preparou na outra ponta, despedindo-se da vida. Foram os olhos de Noel Rosa os primeiros a mirarem, com horror, o corpo inerte da avó. A morte de Belarmina ganhou grande divulgação na imprensa carioca. 
6. EDUARDO CORREIA DE AZEVEDO. N. em 26-SET-1856 em Cantagalo (RJ). Foi médico, farmacêutico, dentista, poeta e jornalista. Era dedicado marido e pai exemplar. Herdou de seu progenitor uma chácara em Boca do Mato, perto de Nova Friburgo (RJ) e um escravo. Como o pai não queria que seguisse a medicina, por julgá-la um ofício ingrato, matriculou-se na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, decidindo, no meio do Curso de Engenharia, transferir-se para um outro de formação de farmacêuticos, que concluiu, chegando a montar farmácia com seu nome. Posteriormente, estudou odontologia. Só após a morte do pai é que ingressou na Faculdade de Medicina, vendendo a chácara que havia herdado e alugando o seu escravo (que posteriormente libertou) para pagar os estudos. Obteve o diploma de médico em 27-DEZ-1882. Conheceu sua esposa, Rita de Freitas Pacheco, ao assisti-la quando a moça passou mal em função de cansativa viagem de trem. Interessados um pelo outro, diante das afinidades existentes (gostavam de música e poesia), contraíram matrimônio em Leopoldina (MG), em 1885, indo o casal residir em Brejo (atual Miraí), Município de Leopoldina (MG), com a irmã de criação da esposa, Belarmina, e o filho desta, Manoel. Do casamento originaram-se os rebentos Carmem, Marta e Eduardo Correia de Azevedo. Morando em Juiz de Fora (MG), ali clinicou em sua própria farmácia. Foi certamente a melhor fase de sua vida, acompanhando a infância e a adolescência dos filhos. Aparecem, então, seus primeiros poemas. Incentivou as crianças a conviverem com a música, comprando-lhes instrumentos como o piano, violino, violão, bandolim e cítara. Na casa de Ponte do Cágado, mandou construir um galpão onde instalou oficina para exercitar suas habilidades de ferreiro e de seleiro, improvisando, ao seu lado, um teatrinho onde os filhos e vizinhos representavam pequenas peças, muitas delas escritas por ele próprio. Republicano ferrenho, desde os tempos de estudante, carregou durante muitos anos um minúsculo retrato do Marechal Floriano Peixoto na lapela. Estudou esperanto, iniciando a elaboração de um dicionário da língua. Gabava-se de ser o primeiro esperantista brasileiro. Como jornalista, assinou seus primeiros artigos no jornal "O Povo", de Cataguases (MG). Em Juiz de Fora (MG), fundou com o amigo Oscar da Gama o jornal "A Cigarra", tornando-se, ainda, colaborador do "Diário da Tarde", em que manteve durante muito tempo uma seção semanal em que traçava perfis de habitantes ilustres da cidade. Ali foi retratado por Belmiro Braga (jornalista, teatrólogo, poeta e escritor) da seguinte forma: "Nem alto, nem baixo, nem gordo nem magro, nem velho nem moço (...). É médico e medica de graça; é escritor e escreve com graça; é, às vezes, brigão e ao adversário desgraça. Os óculos que traz sobre o nariz não servem para aumentar a vista e sim de muralha ao brilho vivíssimo de seus olhos. Ama os poetas de França, adora as filhas da Itália, gosta e usa barbas suiças. Numa redação de jornal é tudo. Com a mesma facilidade com que escreve um artigo de fundo, rabisca uma crônica, com ou sem fundo, ou põe pilhérias a dois de fundo. É o nosso Ferreira de Araújo, com a vantagem de ser poeta. E, terminando, aqui está um nó numa correia; o A. Z. Vedo que o desate". Um primo de Rita de Cássia, Cristóvão Malta, também médico e escritor, assim descreveu o avô materno de Noel Rosa: "... era um homem de pés e mãos pequenos, cabeça grande, cabelos e suiças brancos. Vestia-se invariavelmente de brim, ainda que o termômetro baixasse a zero, e parecia cada vez mais inclinado a trocar o bisturi pela pena. Habitavam nele, além do médico, do jornalista e do poeta, pelo menos um músico, um jacobino, um funcionário público e um funileiro. A cada dia idolatrava mais Floriano e, embora não quisesse por modéstia publicar seus versos em livro, quando o fizer conseguirá um sucesso brilhante, pois tem talento como o diabo". Em 1899, publicou seu primeiro livro, com o título de "Galeria: Caricaturas a Pena", e uma coletânea de sua produção poética: "Rimas Sem Arte". Ainda em Juiz de Fora, simultaneamente com a medicina e o jornalismo, exerceu as funções de inspetor municipal de higiene e de fiscal estadual da Loteria Mineira Agave Americano, assistindo às extrações e atestando ou não sua lisura, sempre com muita diligência e retidão. Em 1900, mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ), onde se instalou no número 30 da Rua Teodoro da Silva, em Vila Isabel, imóvel de propriedade do Maestro Leopoldo Miguez, autor do Hino da Proclamação da República. Em 1907, com a saúde abalada e fortes dores, teve de recorrer ao uso da cocaína. Um ferimento na perna aumentou seus problemas. Sem ter concluído seu último livro de poesias, intitulado "Últimos Amores", faleceu em 3-JUL-1909 no Rio de Janeiro (RJ). 
7. RITA DE CÁSSIA DE FREITAS PACHECO. Nasceu em 5-MAI-1859 no Município de Leopoldina, em Minas Gerais. Perdeu os pais cedo, tendo sido criada pela irmã mais velha, Maria Augusta, professora em cuja casa funcionava pequena escola de alfabetização de crianças. Conheceu o esposo durante viagem ao Rio de Janeiro (RJ) para assistir com os irmãos à abertura de temporada lírica. Tendo sido cansativa a viagem de trem de quase um dia entre Leopoldina (MG) e o Distrito Federal, sentiu-se mal e precisou de médico, sendo atendida pelo futuro marido. Pedida em casamento, encontrou, contudo, oposição da sogra, Maria Adelina, residente no Rio de Janeiro (RJ), que não via com bons olhos o fato de o filho casar-se com uma matuta do interior de Minas Gerais. Posteriormente, conquistou a mãe do marido, que viria a pedir-lhe desculpas pelo mau juízo. Na verdade, Rita de Cássia era pianista, professora e lia poesia em francês. Como tinha bacia estreita, seus partos davam muito trabalho. Em Juiz de Fora (MG), teve uma escolinha de alfabetização. Transferindo-se com a família para o Rio de Janeiro (RJ), ali fundou um novo educandário que, em homenagem à sua padroeira, chamou de Externato Santa Rita de Cássia. Como a amiga Belarmina, acreditava em valores como a viuvez eterna, motivo por que não voltou a se casar. Após a morte da companheira, revelou-se cansada e enfraquecida, até que seu coração parou de repente no dia 12-OUT-1928, no Rio de Janeiro (RJ). 

BISAVÓS 

12. FORTUNATO CORREIA DE AZEVEDO. Nasceu em 4-JUN-1825 na Ilha da Madeira, Portugal. Veio para o Brasil em 1834 com os pais e irmãos. A família estabeleceu-se no Rio de Janeiro (RJ), onde Fortunato abraçou a medicina, mesma carreira do pai. Formou-se em 1850, começando a clinicar em Cantagalo (RJ), onde havia poucos médicos e muitos doentes. Casou-se com sua prima Maria Adelina de Azevedo, com quem teve os filhos Eduardo, Fortunato e César Correia de Azevedo. Era um homem austero, acostumado a dar ordens e de gostos aristocráticos. Sempre próximo da nobreza, só tinha, no fim da vida, clientes ricos e bem-nascidos. Certa vez, percorrendo uma árvore genealógica, descobriu-se, cheio de orgulho, descendente de Maria Stuart, por sua mãe Eleziária Pereira Drummond (perdeu-se esse documento, mas é possível que ele contivesse o casamento de antepassado dos Drummonds brasileiros, John Drummond, com Elisabeth Sinclair, neta de Eydia Stuart e bisneta de Roberto II Stuart, Rei da Escócia). Após essa descoberta, Fortunato passou a considerar-se um sangue azul e a defender a monarquia. Escravagista, castigava duramente os seus negros, não alforriando a nenhum deles. Nunca se naturalizou, por se orgulhar de ser lusitano. Em Cantagalo (RJ), fundou o primeiro estabelecimento hidroterápico do Brasil, empreendimento que não foi para frente. Aliás, era mau negociante, tendo, por três vezes, feito fortuna e perdido tudo que ganhara. Falecendo em 1877, pouco deixou para a família. 
13. MARIA ADELINA DE AZEVEDO (ou MARIA ADELINA CORREIA D AZEVEDO). Residiu no Rio de Janeiro (RJ). Como o marido, possuía uma afetação aristocrática, o que a levou a ser contra o matrimônio do filho Eduardo com uma moça da Zona da Mata Mineira, chegando a responder-lhe, em resposta a carta com solicitação de suas bênçãos para o casamento, o seguinte: "Criar um filho com todo esmero para o ver casado com uma mineira ? Nunca !" Posteriormente, tendo sido tratada om todas as honras e agrados pela nora quando teve de residir com Eduardo em Minas Gerais, pediu desculpas a Rita de Cássia pelos seus maus juízos. Quando faleceu, seu filho dedicou-lhe os seguintes versos: 
"Amarei mais que a tudo - santamente 
A ti querida morta ! ... 
És o Deus que eu adoro, reverente 
O mais ... pouco me importa" 
14. JOSÉ DE FREITAS PACHECO. Residiu no Município de Leopoldina (MG) com a esposa Emília Augusta de Ávila Brandão, com quem teve os seguintes filhos: Maria Augusta, Ana, Amélia, Manoel, Honório, Rita de Cássia e Francisca de Freitas Pacheco. Um seu homônimo, talvez um parente próximo, recebeu em 24-JUL-1771, uma sesmaria no Sertão do Abaeté, entre o Rio Abaeté e o Ribeirão de São Gonçalo, em Minas Gerais. Provavelmente, faleceu no Município de Leopoldina (MG), por volta de 1870. 
15. EMÍLIA AUGUSTA DE ÁVILA BRANDÃO. Nasceu antes de 28-JUL-1825, pois recebeu nessa data uma sesmaria no Sertão do Rio Doce, em Minas Gerais. Os membros de sua família diziam-se descendentes de Caramuru, Garcia d Ávila ou de Marília de Dirceu. Entretanto, sabe-se apenas que os seus antepassados seriam parentes de Garcia d Ávila, cuja filha Isabel casou-se com um neto de Diogo Álvares Correia, o Caramuru. Marília de Dirceu (Maria Dorotéia Joaquina de Seixas), por seu lado, era filha de uma irmã de Joana Rosa Marcelina de Seixas Brandão, avó de Emília. 

TRISAVÓS 

24. LUÍS CORREIA DE AZEVEDO. Português, residiu na Ilha da Madeira. Era um conceituado médico. Apoiava incondicionalmente Dom Miguel, que em 1828, após a abdicação de D. Pedro I ao trono português em favor da filha, aclamou-se soberano absoluto, no lugar de Maria II, a legítima sucessora. Quando D. Pedro I abdicou ao trono brasileiro e retornou a Portugal, para travar guerra com o irmão e, em 1834, retomar o governo da nação portuguesa, Luís Correia, um miguelista convicto, receando ser deportado para a África, mudou-se para o Brasil com sua mulher Eleziária Pereira Drummond e os filhos, entre os quais Fortunato Correia d Azevedo. Estabeleceu-se com a família no Rio de Janeiro (RJ), onde deve ter ocorrido o seu falecimento. 
25. ELEZIÁRIA PEREIRA DRUMMOND. N. na Ilha da Madeira, Portugal. Provavel descendente de John Drummond (V) ou João Escócio Drummond, escocês, que desejando conhecer outras nações, acabou parando, no Século XV, na Ilha da Madeira, onde foi celebrado seu casamento com Branca Afonso da Cunha. 
26. MANOEL CORREIA DE AZEVEDO. Nascido em Portugal, era irmão de Luís Correia de Azevedo (v. nº 24), com quem foi para o Brasil quando D. Pedro I retomou o trono português, então nas mãos de seu irmão D. Miguel. 
30. ANTÔNIO EULÁLIO DA ROCHA BRANDÃO. N. em Minas Gerais. Teve mercê de Carta de Brasão de Armas em 7-OUT-1805, registrada no Livro VII do Cartório de Nobreza (fls. 101). Foi Capitão de Milícias de Sabará (MG). Era Capitão-Mor agregado quando, em 1811, foi efetivado no posto com a reforma de seu sogro, conforme se vê do Ofício de 30-MAI-1811 do Conde de Palma, Governador da Capitania de Minas Gerais. Recebeu, em 20-JUL-1825, sesmaria no Sertão do Rio Doce, abaixo da Barra do Suaçuí Pequeno, em Minas Gerais. Era primo-irmão de Dona Maria Dorotéia Joaquina de Seixas (Marília de Dirceu), pois sua mãe era tia daquela personagem da História de Minas Gerais. Do casamento com Maria Carlota de Ávila Lobo Leite Pereira originaram-se os seguintes filhos: Francisca Benedita, Ana Francisca e Cândida Maria de Ávila Brandão, José Teódulo da Rocha Brandão, Fernando Antônio da Silva Brandão, Emília Augusta de Ávila Brandão, Antônia Eulália da Rocha Brandão (ou Antônia Eulália d Ávila Brandão, avó de Heleno da Costa Brandão, um dos médicos que acompanharam o parto de Noel Rosa) e Fortunata de Ávila Brandão. 
31. MARIA CARLOTA DE ÁVILA LOBO LEITE PEREIRA. 

TETRAVÓS 

60. MANOEL DA ROCHA BRANDÃO. N. em Minas Gerais. Foi Sargento-Mor da Cavalaria Auxiliar da Comarca de Sabará (MG). Teve mercê de Carta de Brasão de Armas, datada de 13-JAN-1775, registrada no Cartório da Nobreza, Livro II (fls. 49v). Em 23-JUL-1825 foi contemplado com sesmaria no Sertão do Rio Doce, abaixo da Barra do Suaçuí Pequeno, em Minas Gerais. Casou-se com Joana Rosa Marcelina de Seixas Brandão. Filhos: Francisca Gertrudes Dorotéia de Seixas, Antônio Eulálio, Bernardo e Manoel Antônio da Rocha Brandão. 
61. JOANA ROSA MARCELINA DE SEIXAS BRANDÃO. Tia de Marília de Dirceu, pseudônimo árcade com que o poeta e inconfidente Tomás Antônio Gonzaga designava em suas poesias a sua noiva Maria Dorotéia Joaquina de Seixas. 
62. ANTÔNIO AGOSTINHO LOBO LEITE PEREIRA. N. antes de 1741 em Cachoeira do Campo, Minas Gerais. Seguiu a carreira militar, tendo o seu comportamento no serviço sido abonado por honrosos atestados. Em 1782, fez parte da força que acompanhou o Governador D. Rodrigo José de Menezes em expedição à Serra de Santo Antônio, próximo ao Rio Itacambiruçu. Tinha o posto de Tenente do Regimento de Cavalaria em 1789, quando, em Minas Gerais, se agitou a idéia de independência nacional. Presos os principais implicados naquele movimento patriótico, o Visconde de Barbacena mandou proceder a devassa contra os autores e cúmplices da Conjuração. Do longo depoimento de um dos réus - Domingos de Abreu Vieira - consta que Tiradentes havia convidado para a sublevação o Tenente de Dragões Antônio Agostinho Lobo Leite Pereira, que teria respondido estar pronto e era mazombo (filhos de pais europeus nascidos no Brasil que, segundo Tiradentes, "valiam e sabiam governar e que produzindo a sua terra tantos haveres, eles existiam sempre pobres por lhes tirarem tudo por fora; que por isso se arrojavam a resgatá-la e a pô-la em liberdade para cujo efeito só esperavam a oportuna ocasião em que se lançasse a derrama, pois as minas não podiam parar"). O Capitão-General, ao dar parte dos acontecimentos em ofício de 11-JUL-1789, dizia que Joaquim da Silva Xavier contava com oficiais do regimento, inclusive com o Tenente Antônio Agostinho, e acrescentou: "porém com isto não os dou ainda por culpados, porque ainda quando o fato em referimento seja verdadeiro, é bem possível que ele contasse com alguns deles só por lhe terem ouvido com mais paciência as suas invetivas ou discursos gerais de mera probabilidade". O Governo da Metrópole ordenou que fossem dispensados os oficiais suspeitos. Alegando moléstia, o Tenente Antônio Agostinho requereu e obteve baixa do serviço militar, guardando certidões e atestados honrosos sobre sua carreira. Na oportunidade do falecimento do Capitão-Mor José Alves Maciel, Antônio Agostinho foi promovido, por proposta da Câmara Municipal de Vila Rica, ao posto de Capitão-Mor das ordenanças do termo da mesma Vila, patente confirmada pelo Príncipe Regente. Em um despacho que proferiu em Soledade, Freguesia de Congonhas do Campo, em 26-JUN-1795, vê-se que naquela data ele já exercia o novo cargo. Atendendo a recomendação da Corte de 1800 para que os homens abastados da Capitania contribuíssem com o Erário, colaborou para as urgências do Estado com a quantia de 6.000 cruzados. Pouco tempo depois foi exigida outra contribuição pecuniária, recomendada por carta régia de 6-ABR-1804, tendo o Capitão-Mor participado mais uma vez com uma quantia não desprezível. Em documento de 4-SET-1805, o Governador e Capitão-General da Capitania de Minas Gerais, Pedro Maria Xavier de Ataíde e Melo, atestou que "conheceu no posto de capitão-mor das ordenanças do termo de Vila Rica por patente confirmada por S. A. R., a Antônio Agostinho Lobo Leite Pereira, exercendo sempre este posto com todo o acerto, honra e inteligência, satisfazendo a todas as ordens que lhe tinha incumbido do real serviço, bem como entre outras a que lhe encarregou do convocar algumas pessoas para que houvessem de concorrer para o donativo gratuito que deles exigiu na conformidade da carta régia de 6 de abril do ano precedente, do que o capitão-mor deu a melhor satisfação fazendo entrar nos cofres reais e efetivamente todo o numerário que colheu nessa ocasião, concorrendo juntamente com o seu donativo pessoal, a que prestou com toda a prontidão, desejando mesmo que ele, governador, fosse o árbitro do que deveria oferecer a S. A. R. Em MAI-1811, com mais de 70 anos de idade e atingido por enfermidades, foi considerado inabilitado para o serviço, como se vê em ofício de 30 de maio daquele ano, em que o Governador Conde de Palma propôs a sua reforma, ao mesmo tempo que sugeria a promoção do genro de Antônio Agostinho, Antônio Eulálio da Rocha Brandão, para a vaga de Capitão-Mor. Em 23-AGO-1803 fez, em Vila Rica, uma justificação comprovando que, pelo lado materno, era descendente de D. Luís da Silva Telo de Menezes, 2º Conde de Aveiras, e também de Dona Maria de Ávila da Silva Figueiredo, prima do Coronel Garcia de Ávila Figueiredo, Senhor da ilustre Casa da Torre da cidade da Bahia. Tinha serviço de mineração de ouro nas lavras de Soledade e de cultura de gêneros da terra na Fazenda do França, situada na Freguesia e Termo da Vila de Queluz. Quando militava no regimento de cavalaria, casou-se com sua parenta Ana Francisca de Ávila e Silva, com quem teve os seguintes filhos: Isabel Maria d Ávila Lobo Leite, Josefa de Ávila Lobo Leite Pereira, Fernando e José Raimundo Lobo Leite Pereira, Constança Delfina de Ávila Lobo Leite, Maria Carlota de Ávila Lobo Leite Pereira, Francisca Eulália de Ávila Brandão e Joana, Mariana e Joaquina Carlota de Ávila Lobo Leite. Fal. em 8-JUN-1815 em Soledade, Freguesia de Congonhas do Campo, Minas Gerais, tendo o inventário de seus bens corrido em Vila Rica, atual Ouro Preto (MG). 
63. ANA FRANCISCA DE ÁVILA E SILVA. Descendente, segundo documentos de sua época, de pessoas muito nobres das Famílias Coelho, Seabra, Brandão e Ávila. Era a inventariante do espólio de seu esposo quando fal. em Soledade, Congonhas do Campo, Minas Gerais, em 21-OUT-1816. 

PENTAVÓS 

120. FRANCISCO DA ROCHA BRANDÃO. N. em Cabrobó, Pernambuco. Vê-se, pelo contido em carta de confirmação da posse de terras minerais concedidas ao seu genro Manoel Coelho Rodrigues, que Francisco ainda vivia no ano de 1765. Casou-se com Maria de Ávila da Silva Figueiredo, com quem teve os seguintes filhos: Francisco Sanches Brandão, Manoel da Rocha Brandão, Josefa de Ávila e Figueiredo. Foi-lhe concedida, por sesmaria, a posse de terras da Fazenda do Sande, na Freguesia de Congonhas do Campo (MG), em 20-FEV-1758 e 17-AGO-1769. 
121. MARIA DE ÁVILA DA SILVA E FIGUEIREDO. N. em Santo Antônio do Bambu, na Bahia. 
122. BERNARDO DA SILVA FERRÃO. Recebeu três sesmarias: uma no Morro de Nossa Senhora da Conceição, junto ao Arraial de Santa Bárbara, Termo de Vila Nova da Rainha (23-AGO-1747), outra na Parada do Ribeirão da Onça, entre Cocais e Itambé do Mato Dentro (23-DEZ-1750) e uma nos Matos entre Cocais e Itambé do Mato Dentro (29-AGO-1753). 
123. FRANCISCA DE SEIXAS DA FONSECA. 
124. JOÃO LOBO LEITE PEREIRA. Batizado em 14-FEV-1685 na Freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém, ou Ribeira de Santarém (orago: Santa Cruz), no Concelho e Distrito de Santarém, Portugal. Tendo o Conde de Sarzedas, Dom Rodrigo da Silveira, recebido ordem de D. Pedro II, Rei de Portugal, para que escolhesse pessoas com distinto nascimento para acompanhá-lo na Campanha da Beira, foi João Lobo chamado por aquele Conde, por volta de 1706, para fazer parte da Companhia Real, conforme consta da patente do Coronel de Regimento da Cavalaria das Ordenações de Vila Rica, firmada pelo Governador Gomes Freire de Andrade em 8-AGO-1742. De uma sua justificação feita em Santarém em 13-FEV-1731, vê-se que era pessoa nobre por si, seus pais e avós, pertencendo às principais famílias da Vila de Santarém. João Lobo ocupou, em 1719, o cargo de Vereador da Vila de Santarém, que era atribuído a pessoas de primeira qualidade. Casou-se pela primeira vez com Luísa Caetana de Miranda - filha do Capitão João Esteves de Góes e de Maria Josefa de Miranda -, com quem teve vários filhos, inclusive a Abadessa Francisca Ludovina de Miranda e Maria Madalena de Miranda Leite. Entre os anos de 1731 a 1735, veio para a Capitania de Minas Gerais, onde se estabeleceu, passando a residir em Cachoeira do Campo, localidade em que foi, por volta de 1744, provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento. No período de 9-NOV-1735 a 8-AGO-1742 ocupou o posto de Tenente-Coronel do Regimento de Cavalaria de Ordenanças de Vila Rica, em cujo posto cumpriu as ordens do real serviço e bem público de que foi encarregado, com louvável acerto, verdade, desinteresse, como é registrado em sua patente de Coronel do mesmo Regimento, firmada em 8-AGO-1742 por Gomes Freire de Andrade. A vaga de Coronel foi ocupada por João Lobo diante da morte de Matias Barbosa da Silva, tendo a promoção sido confirmada por carta-patente assinada pela Rainha, em Lisboa, em 29-MAR-1743. Em segundas núpcias, casou-se, em Minas Gerais, em ABR-1732, com Teresa da Silva e Ávila de Figueiredo, que lhe deu os seguintes filhos: Iria, Luís e Antônio Agostinho Lobo Leite Pereira. Faleceu após 21-MAR-1756. 
125. TERESA DA SILVA E ÁVILA DE FIGUEIREDO. 
126. MANOEL COELHO RODRIGUES. N. na Freguesia de Sobrosa (orago: Santa Eulália), Concelho de Paredes, Distrito do Porto, Portugal. Deve tratar-se do mesmo Manoel Coelho Rodrigues que recebeu uma sesmaria no Sertão de Campo Grande em 7-ABR-1758 e outra na Freguesia de Congonhas do Campo, em 28-NOV-1758, todas em Minas Gerais. Recebeu, em 1765, carta de confirmação da posse de terras minerais na Fazenda do Sande, que tirou seu nome do primeiro proprietário: Fernando de Sande Nabo. Do casamento com Josefa de Ávila e Silva de Figueiredo (ou Josefa de Ávila e Figueiredo) originaram-se os seguintes filhos: Vicente Coelho de Seabra e Silva Teles, José Coelho de Seabra, Maria Josefa de Ávila e Silva, Ana Francisca de Ávila e Silva, Pedro Coelho de Seabra, Francisca de Ávila e Silva, Nicolau Coelho Seabra, Francisco Coelho da Silva Brandão e Mariana de Ávila e Silva. 
127. JOSEFA DE ÁVILA E SILVA DE FIGUEIREDO. N. na Vila de Nossa Senhora da Conceição de Cabrobó, Pernambuco, conforme seu testamento feito em Vila Rica (MG), aprovado em MAR-1791. 

HEXAVÓS 

240. FRANCISCO SANCHES BRANDÃO. Capitão-Mor. Casou-se c. Maria da Rocha Vieira. Há a possibilidade de ser descendente de Antônio Sanches Brandão, esposo de Catarina de Vasconcelos e de Brites Marinho, ou de Antônio Sanches Brandão, sobrinho daquele, ambos fidalgos da Casa Real Portuguesa, citados no Nobiliário de Famílias de Portugal, de Felgueiras Gayo. 
241. MARIA DA ROCHA VIEIRA. 
242. ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA. Batizado em 12-FEV-1681 na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, Portugal, sendo padrinhos Rodrigo da Costa e Catarina de Menezes. Veio para o Brasil, onde se casou com Maria de Ávila da Silva e Figueiredo. 
243. MARIA DE ÁVILA DA SILVA E FIGUEIREDO. Também citada como JOSEFA DE ÁVILA. N. por volta de 1679 em Cabrobó (PE). 
245. MARIA DE ÁVILA DA SILVA FIGUEIREDO. Prima do Coronel Garcia de Ávila Pereira, ou Garcia de Ávila de Figueiredo, Senhor da Casa da Torre, na Bahia, conforme se vê pelo Brasão de Armas de Nobreza e Fidalguia concedido em 12-JAN-1775 ao Capitão Francisco Sanches Brandão - descendente de Maria - por D. José I, Rei de Portugal. 
248. LUÍS LOBO LEITE. N. em Portugal. C. c. Iria Lindo da Fonseca. Fal. em 12-JUL-1688. 
249. IRIA DA FONSECA DE OLIVEIRA. 
250. ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA (v. nº 242). 
251. MARIA DE ÁVILA DA SILVA E FIGUEIREDO (ou JOSEFA DE ÁVILA) V. nº 243 
252. ANTÔNIO COELHO. N. em Portugal. C. c. Maria Seabra. 
253. MARIA SEABRA. N. em Portugal. 
254. FRANCISCO DA ROCHA BRANDÃO. V. nº 120. 
255. MARIA DE ÁVILA DA SILVA FIGUEIREDO. V. nº 121. 

HEPTAVÓS: 

484- FRANCISCO ANTÔNIO. C. c. Maria da Silva. 
485- MARIA DA SILVA. Bat. em 18-SET-1650 na Igreja de São Cristóvão, em Lisboa, Portugal, sendo padrinhos Rodrigo Lancaster e Mariana de Vasconcelos, Condessa de Castelo Melhor. 
487- MARIA DE ÁVILA DA SILVA E FIGUEIREDO. V. no. 245. 
490- MANOEL PAES DA COSTA (possivelmente). N. na Freguesia de Santo Amaro da Pitanga, na Bahia. C. em 12-JAN-1678, na Igreja do Carmo, em Salvador (BA), c. Isabel de Ávila Marinho, cuja casa freqüentava para jogar e conversar com o amigo Francisco Dias, irmão da noiva, sendo testemunhas o Mestre de Campo Álvaro de Azevedo e o Sargento-Mor Francisco de Brá. Catarina Fogaça, sua sogra, reputava-o como de "inferior qualidade", "por seus pais serem mecânicos", sendo contra o seu casamento com a filha Isabel. Considerando-se insultada pelo rapto da filha menor de 16 anos em 2-JAN-1678, com Manoel de Barros da Franca homiziando os fugitivos em sua casa de subúrbio, Catarina moveu ação contra Manoel e seus amigos, arquivada, após vários incidentes, com a morte da querelante. Em 1679, era Capitão da Companhia de Infantaria no Regimento do Coronel Pedro Camelo Pereira de Aragão. Em 16-MAR-1683, foi-lhe concedida sesmaria de uma légua e meia no Sertão de Itabaiana. Inscreveu-se como Irmão da Santa Casa em 12-ABR-1683. Oswaldo Rezende, em seu livro "Genealogia de Tradicionais Famílias de Minas Gerais", acha possível que Maria de Ávila da Silva e Figueiredo fosse filha de Manoel e sua esposa, tendo em vista o declarado parentesco entre ela e Garcia de Ávila e o fato de só não ser mencionada, na bibliografia existente, a descendência de Isabel de Ávila Marinho e de Tomé Pereira Falcão, sendo que o último era apenas parente afim do Coronel Garcia de Ávila de Figueiredo. 
491- ISABEL DE ÁVILA MARINHO (possivelmente). N. por volta de 1662 na Freguesia de Santo Amaro da Pitanga, na Bahia. Foi deserdada por ter casado, contra a vontade da mãe, com o Capitão Manoel Paes da Costa. Fal. Em 24-JAN-1704 em Salvador (BA). 
498- ÁLVARO LINDO DA FONSECA. Cavaleiro Fidalgo da Casa Real de Portugal. C. c. Antônia da Mata Pinheiro. Pais, pelo menos, de Iria e Martim Lindo da Fonseca. 
499- ANTÔNIA DA MATA PINHEIRO. 
500- FRANCISCO ANTÔNIO. V. no. 484. 
501- MARIA DA SILVA. V. no. 485. 
503- MARIA DE ÁVILA DA SILVA E FIGUEIREDO. V. no. 487. 
504- BELQUIOR COELHO. 
508- FRANCISCO SANCHES BRANDÃO. V. no. 240. 
509- MARIA DA ROCHA VIEIRA. V. no. 241. 
510- ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA. V. no. 242. 
511- MARIA DA ROCHA VIEIRA. V. no. 243. 

8os. AVÓS: 

970- LUÍS DA SILVA TELO DE MENEZES. Conde de Aveiras (2o), Senhor de Vagos (12o) e Comendador de São Salvador das Varges de Arouca na Ordem de Cristo. Foi Regedor das Justiças e Gentil-Homem da Casa do Príncipe Regente, depois 23o Rei de Portugal Pedro II. Casou duas vezes: a primeira em 1-MAR-1647 com Joana de Portugal (ou Joana Inês de Portugal) e a segunda com sua prima Maria de Lencastre, filha de Lourenço Lencastre. Segundo Felgueiras Gayo, teve da primeira mulher: Nuno Álvares da Silva, Constança de Portugal e Maria de Portugal, esposa de Gil Anes da Costa. Artur Rezende e Oswaldo Rezende mencionam Maria da Silva, mulher de Francisco Antônio, como filha do Conde, não tendo o autor deste ensaio elementos para afirmar se ela é a mesma Maria de Portugal mencionada por Felgueiras Gayo. Luís fal. Em 20-NOV-1672. 
971- JOANA INÊS DE PORTUGAL (ou JOANA DE PORTUGAL). Fal. Em 26-DEZ-1658. 
974- MANOEL PAES DA COSTA. V. no. 490. 
975- ISABEL DE ÁVILA MARINHO. V. no. 491. 
980- AGOSTINHO PAES DA COSTA. Era mecânico, segundo declaração de Catarina Fogaça, sogra de seu filho Manoel Paes da Costa. 
981- CATARINA DA FONSECA. 
982- VASCO MARINHO FALCÃO. Em 22-SET-1673 recebeu sesmaria de três léguas no Paraguassu. Deve ter casado duas vezes, sendo que uma delas com Catarina Fogaça, com quem teve as filhas Leonor Pereira Marinho e Isabel de Ávila Marinho. Gregório de Matos certamente referiu-se ao seu segundo casamento, ao dizer em certos trechos de seus poemas: "a Vasco Marinho Falcão, que sendo homem velho e achacoso se casou com uma mulher moça e formosa" e "Tem Vasco para seus danos ... noventa anos". Fal. Em 26-AGO-1678 em Santiago de Peruaçu (BA). 
983- CATARINA FOGAÇA. N. na Torre, Bahia. Segundo Pedro Calmon, em seu livro História da Casa da Torre, Catarina nunca foi feliz, sendo "voluntariosa, desabrida e enérgica", crescendo "com os preconceitos, as influências rústicas, o meio violento em que nascera". Enfrentou a revolta da filha Isabel, que se casou contra a sua vontade. Recorreu à Justiça para exigir punição para o genro Manoel Paes da Costa, por ter furtado aleivosamente sua filha. Fal. Em 24-JAN-1704. 
1002- LUÍS DA SILVA TELO DE MENEZES. V. no. 970. 
1003- JOANA INÊS DE PORTUGAL. V. no. 971. 
1006- MANOEL PAES DA COSTA. V. no. 490. 
1007- ISABEL DE ÁVILA MARINHO. V. no. 491. 
1020- FRANCISCO ANTÔNIO. V. no. 484. 
1021- MARIA DA SILVA. V. no. 485. 

9os. AVÓS: 

1940- JOÃO DA SILVA TELO DE MENEZES. Conde de Aveiros (1o), por carta de 24-FEV-1640 e Senhor de Vagos (11o). Foi Alcaide-Mor de Lagos, Governador do Algarve e Mazagão, Vice-Rei das Índias, para onde partiu em 26-MAR-1640, retornando em 26-AGO-1646. Participou do Conselho de Estado e Guerra dos Reis Felipe IV e João IV. Foi também Regedor das Justiças, Comendador de Arouca na Ordem de Cristo e de Moguelas na Ordem de Santiago. D. João IV concedeu-lhe o título de Conde de Aveiros pelos serviços prestados nas Índias, com a promessa de fazê-lo marquês de um dos lugares de que era donatário após novos serviços naquela região. Faleceu em sua viagem de retorno às Índias, para onde seguiu de Lisboa em 21-ABR-1650, sendo sepultado em Moçambique, África. 
1941- MARIA DE CASTRO (ou MARIANA DA SILVEIRA). Fal. Em 15-AGO-1666. 
1942- ÁLVARO PIRES DE CASTRO E SOUSA (ou ÁLVARO PIRES DE CASTRO). Marquês de Cascais (1o). Conde de Monsanto (6o). Como bisneto de Martim Afonso de Sousa, herdou, em 1621, as Capitanias de Santo Amaro e Itamaracá, no Brasil, de que foi o 7o Donatário. Casou-se a primeira vez com sua prima Maria de Portugal e a segunda, em 1637, com Bárbara Estefânia de Lara, filha de Antônio de Ataíde, Conde de Castanheira (2o), e de Bárbara de Lara. 
1943- MARIA DE PORTUGAL. Condessa. 
1948- AGOSTINHO PAES DA COSTA. V. no. 980. 
1949- CATARINA DA FONSECA. V. no. 981. 
1950- VASCO MARINHO FALCÃO. V. no. 982. 
1951- CATARINA FOGAÇA. V. no. 983. 
1960- MANOEL RODRIGUES DA COSTA. Sargento-Mor. N. no Alentejo, Portugal. 
1961- VITÓRIA NUNES PINHEIRO. N. em Salvador (BA). 
1962- SIMÃO FERNANDES. N. na Ilha de São Miguel, Açores, Portugal. 
1963- ANA DA FONSECA. 
1964- BRÁS RABELO FALCÃO. N. em Braga, Portugal. 
1965- ISABEL BRANDÃO. N. em Santarém do Paraguassu (BA). 
1966- GARCIA DE ÁVILA. N. em 1622 na Bahia. Obteve, muito moço, o posto de capitão de ordenança, em homenagem aos serviços prestados por seu pai. Teve o foro de fidalgo. Sertanista, lutou na última fase da guerra holandesa. Conquistou com o cunhado Padre Antônio Pereira, em 1646, o Sertão de Rodelas, no Rio São Francisco. Obteve em 1654 várias sesmarias nos campos de Pindaguacuba e em 1659 outras nos Rios São Francisco e Salitre, até onde se localizavam as tribos de índios moipurás. Em 1675 requereu a inclusão do seu nome entre os irmãos da Santa Casa. Casou em 8-JUN-1642 com sua tia materna Leonor Pereira. Pais de Francisco Dias de Ávila, Bernardo Pereira Gago e Catarina Fogaça. Retirando-se para sua Casa da Torre, como Comandante do Recôncavo Baiano, veio a falecer no fim do inverno de 1675. 
1967- LEONOR PEREIRA MARINHO (ou LEONOR PEREIRA). Fal. Na Torre (BA) em 14-DEZ-1686, conforme se vê pelo termo de abertura de seu testamento, em que deixou mil cruzados para a missa que se diria por sua alma no sábado de Nossa Senhora da Conceição, enquanto durasse o mundo. 
2004- DIOGO DA SILVA. Senhor da Casa de Vagos. Alcaide-Mor de Lagos. Capitão-General de Mazagão. Combateu com o Rei D. Sebastião em Alcácer, onde foi feito prisioneiro. Resgatado, voltou a Portugal, sendo feito Regedor das Justiças pelo Cardeal-Rei D. Henrique. Casou duas vezes: a primeira com Brites de Menezes, filha de Fernando de Menezes e Felipa de Mendonça, e a segunda com Margarida de Menezes. Teve do primeiro casamento o filho Lourenço da Silva e do segundo os filhos João da Silva Telo e Isabel da Silva. 
2005- MARGARIDA DE MENEZES. Senhora de Aveiras. 
2006- RUI TELES DE MENEZES. Senhor de Unhão (8o) e das demais terras deixadas por seu pai. Recebeu a Comenda de Ourique. Casou com Maria da Silveira, com quem teve os filhos Fernão Teles de Menezes (1o Conde de Unhão), Vasco da Silveira, Manoel e Jerônimo Teles de Menezes, André Teles, Antônio Teles de Menezes (que foi Governador do Brasil), Inês de Noronha, Maria de Castro, Margarida de Vilhena e Francisca de Menezes. Fal. Em 13-MAI-1616. 
2007- MARIANA DA SILVEIRA (ou MARIA DA SILVEIRA). 
2012- AGOSTINHO PAES DA COSTA. V. no. 980. 
2013- CATARINA DA FONSECA. V. no. 981. 
2014- VASCO MARINHO FALCÃO. V. no. 982. 
2015- CATARINA FOGAÇA. V. no. 983. 
2042- LUÍS DA SILVA TELO DE MENEZES. V. no. 970. 
2043- JOANA INÊS DE PORTUGAL. V. no. 971. 

Fontes bibliográficas: 

A Família Drummond no Brasil, de José Tavares Drummond. 
Catálogo Genealógico das Principais Famílias que Procederam de Albuquerques e Cavalcantis, em Pernambuco, e Caramurus, na Bahia, do Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão. 
Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, de Francisco de Assis Carvalho Franco. 
Dicionário das Famílias Brasileiras, de Carlos Eduardo de Almeida Barata e Amtônio Henrique da Cunha Bueno. 
Dicionário Histórico-Geográfico de Minas Gerais, de Waldemar de Almeida Barbosa. 
Genealogia Mineira, de Artur Vieira de Rezende e Silva. 
Genealogia de Tradicionais Famílias de Minas, de Oswaldo Rezende. 
História Genealógica da Casa Real Portuguesa, de Antônio Caetano de Sousa. 
História da Música Popular Brasileira - Fascículo 1 (Noel Rosa). Publicação da Abril Cultural. 
Introdução e Notas ao Catálogo Genealógico das Principais Famílias do Frei Jaboatão, de Pedro Calmon. 
Nobiliário de Famílias de Portugal, de Manoel José da Costa Felgueiras Gayo. 
Nobiliário da Ilha da Madeira, de Henrique Henriques de Noronha (Coleção Biblioteca Genealógica Latina). 
Noel Rosa, uma biografia, de João Máximo e Carlos Didier. 
Quem é Quem na História do Brasil, da Abril Cultural. 
Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano XXXVII (Catálogo de Sesmarias). 
Revista do Instituto de Estudos Genealógicos (nos. 3 e 4). 

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