Fazenda Canabrava
Dados pesquisados em 2008
Cidades do Sertão do São Francisco
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS
O SERTÃO DO ESTADO
Ocupando aproximadamente 70% do
território de
Pernambuco, o Sertão é a maior região
do Estado,
Onde predomina a caatinga: vegetação
seca formada
Principalmente de jurema, pereira,
xique-xique,
Marmeleiro, e mandacaru.
No Sertão predomina latifúndios nas
áreas de criação
De gado. Os minifúndios são
encontrados em maior
Número nas áreas mais elevadas das
serras e chapadas,
Onde aparecem os “olhos
d’água”(nascentes de água)
Que permanecem favorecendo a
agricultura.
A agricultura de subsistência tem
grande visibilidade
No Sertão, praticada em pequenas
propriedades
Instaladas nas áreas úmidas
No alto das serras e chapadas,
favorecida pelos olhos
d’água perene ou pelas jusantes de
açudes,
Onde os canais de irrigação são
comuns. A agricultura
Praticada nas áreas serranas é
rudimentar e apresenta
Baixo rendimento. Os principais
produtos agrícolas são
O milho, o feijão e o algodão.
A jusante dos açudes e barragens,
anteriormente feita
Referência favorece o aparecimento de
uma agricultura
Mais bem planejada, com canais de
irrigação e maior
Assistência técnica, com lavouras de
banana, milho,
Hortaliças, arroz e feijão.
Por apresentar clima semi-árido, o
investimento na
Atividade pecuária apresenta boa
expressão, com centro
Econômico localizado em Petrolina,
que ainda se destaca
Como maior produtor de uvas e vinhos
do Nordeste.
Esta cidade está localizada as
margens do São Francisco.
3. FORMAS DE POVOAMENTO DO SERTÃO
No Sertão foi a pecuária o elemento
essencial de
Povoamento e desenvolvimento.
Através dos caminhos do gado surgem
os currais e
As feiras.
Com o transporte do gado era
necessária a criação
De locais apropriados para a
recuperação do peso,
E para o descanso de animais e
homens.
Assim, vão surgindo os currais e as
fazendas,
Juntamente com pequenas parcelas de
culturas de
Subsistência.
A formação de aldeamentos surgidos a
partir
Das missões religiosas foram também
formas de
Fixação de novos povoados:
“É natural vermos a construção de a
igrejinha anteceder
A criação da freguesia, assim como a
criação da
Freguesia preceder, em muitos anos, à
organização
Política das povoações do Vale.
E esses aldeamentos eram, na sua
maior parte,
“Quase sempre, resultados dos frades
missionários”,
(LEITE, pág. 26).
Havia, na região, muitos atritos
entre os colonizadores
Da Casa da Torre de Garcia D’Ávila e
os missionários
(nota de Galeno: a meu ver eles não
gostavam dos Jesuítas,
preferiam os franciscanos,
principalmente os capuchinhos, sejam
franceses ou italianos);
Estes eram freqüentemente forçados a
deixar a região,
Junto com os índios, por isso a
presença indígena na
Região de Belém do São Francisco já
era praticamente
Inexistente em fins do século XVIII.
(os índios foram massacrados
principalmente pelos
Bandeirantes paulistas
– como havia muita rivalidade entre
as tribos, eles
Contavam com a ajuda dos índios
mansos (aldeia dos)
-nota de Galeno- como eles vieram
ajudar na expulsão
Dos holandeses e depois na destruição
do Quilombo
De Palmares, os paulistas muitas
vezes massacravam até
(Índios mansos quando não conseguiam
escravizá-los)
Quando não era mais possível que as
lavouras agrícolas
E a pecuária convivessem lado a lado
devido à
Necessidade de amplas pastagens e o
desenvolvimento
Dos rebanhos; esta última ganha o
Sertão, uma
Expansão que ocorre pelas margens de
rio e riachos.
Então além de alimentos, o gado passa
a fornecer
Couro, matérias-primas para consumo
interno e externo.
BACIA DO SÃO FRANCISCO
O rio São Francisco foi descoberto em
04 de outubro
De 1647 pelo capitão Garcia D’Ávila
II e o padre
Antonio Pereira (se é que existia
ouro, ele nunca falou o lugar certo...
(Nota de Gileno);
Esse rio recebeu seu nome em
homenagem ao
Missionário da Paz, Francisco de
Assis.
(daí o Orbe Seráfico, da novela
Cordel encantado,
Da Globo, por isso que digo que a
Casa da Torre
Apoiava os franciscanos. (Nota de
Gileno)
Sua bacia é formada pelo rio São
Francisco e seus
Afluentes, abrangente cerca de 7% do
território
Brasileiro.
O rio São Francisco é de planalto,
nasce na serra da
Canastra, em Minas Gerais, e
atravessa os estados da
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
Possui grande
Potencial hidrelétrico, e ao longo do
seu curso existem
Várias usinas: Três Marias (que, além
de produzir
(Energia elétrica, controla o nível
das águas), Paulo
Afonso, Sobradinho e Moxotó. É
navegável num longo
Trecho entre Pirapora (MG), Juazeiro
(BA) e Petrolina
(PE) e no seu baixo curso, situado na
planície costeira
. Recebe várias denominações: rio dos
currais, devido ao
seu papel na criação de gado, e rio
da Unidade Nacional,
Porque une vários estados do Brasil.
Possui um regime
Tropical.
A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
A idéia de desviar parte das águas do
Rio São Francisco
Para irrigar o Sertão, por meio de um
canal que o
Comunicasse com o Rio Jaguaribe, no
Ceará, surgiu
Em 1858.
De ‘rio da Integração Nacional’, o
São Francisco virou
‘Pomo da Discórdia’. O motivo em um
projeto [...]
De retirada de parte de suas águas
para tornar
Permanentes os rios e açudes do
semi-árido nordestino,
Beneficiando Paraíba, Rio Grande do
Norte, Pernambuco
E Ceará.
Defendida pelo governo federal, a
transposição enfrenta
Oposição por parte de especialistas e
políticos de Minas
Gerais, Bahia, Alagoas e Sergipe, que
temem prejuízos
Para seus estados.
Ao longo dos anos 1980 e 1990, a
transposição voltou
Ao debate, mas sempre esbarrando em
questões
Técnicas, financeiras e políticas. Em
2004 um novo
projeto foi elaborado e aprovado pelo
governo federal,
com um custo estimado de R$ 4,5
bilhões. A transposição prevê
A construção de espaços de
bombeamento, aquedutos,
Túneis e outras
obras para alimentar dois grandes eixos
Que atingirão os
estados beneficiados. O objetivo é
Retirar do rio uma
vazão contínua de 26 metros cúbicos
De água por
segundo, aumentando esse volume de
Acordo com a
capacidade do reservatório de
Sobradinho. Ao
longo dos eixos, as águas
Alimentariam rios e
açudes, impedindo-os de secar
Durante a estiagem.
Apesar de as obras atravessam
Áreas de
preservação e terras indígenas, os técnicos
[do governo
federal] afirmam que o projeto não terá
Impactos sobre
elas. Para os críticos contrários,
O projeto beneficia
mais as
Grandes cidades e
empresas do que a população
Dispersa no Sertão.
(nota de Gileno –
Ouvi dizer que o aumento do volume
de água do Rio São
Francisco, coincide com a época
das chuvas e a
maré-cheia. O mar invade então o rio,
na foz, empurrando
a água do rio para traz. Esta
Parte inundada pelo
mar fica saloba. Na Austrália
, o processo de
irrigação artificial, elevou o nível de água
saloba existente no
subsolo, causando grave
(Impacto ambiental)
BELÉM DO SÃO FRANCISCO – SUA ORIGEM
6.1 - Fazenda Canabrava
Por volta de 1793, o casal Manoel de
Carvalho Alves
(português) e dona Inácia da
Conceição (5º
(Avô do primo Antonio José de Carvalho-nota
de Gileno,
Citação no livro Poxim histórias e
(Lendas) arrendaram terras da “Casa
da Torre” de Garcia D’Ávila,
na região ribeirinha do São
Francisco.
Acredita-se que na referida região
existia uma planta
Silvestre e brava, espécie de cana, que
dominava a paisagem
. Daí o nome da Fazenda CANABRAVA (o
mesmo nome do luga
r onde estava à família Carvalho, a
fazenda da cobra)
Os Carvalhos por onde passaram
deixaram nomes iguais para
suas fazendas em Brejo Grande,
Pacatuba. (Não sei se a Fazenda da Cobra
citada por Antonio em seu livro é
esta de Pernambuco, ou a de Pacatuba)
Fazenda Belém
Na antiga aldeia da Ilha Araxá, hoje
Ilha da missão,
Segundo informações, existia uma
igrejinha dedicada
A Nossa Senhora de Belém. Em 1792
numa grande
Enchente do rio São Francisco a
igrejinha desabou,
Ficando apenas os escombros. Reza a
tradição que
Batismo do nome de Belém à fazenda do
Sr. Antonio
De Sá Araújo teria sido em homenagem
a Nossa
Senhora de Belém. Nessa fazenda foi
construída a
Primeira igreja - Nossa Senhora do
Patrocínio - em
1840 os que favoreceram o seu
povoamento. Assim, em
12 de outubro de 1885, pela Lei
Estadual nº 553,
O povoado de Belém passou a Freguesia
e, 17 anos
Depois, à vila. 6.3 Cidades Em 07 de
maio de 1903,
A vila Belém foi elevada à categoria
de cidade pela
Lei Estadual nº 597 com o nome de
Belém de Cabrobó,
permanecendo com este nome até 1943,
quando passa a
ser denominada Jatinã. O nome Belém
foi substituído por
Jatinã por força de um decreto -lei
na ditadura de
Getúlio Vargas, quando ficou proibido
haver no Brasil
Duas cidades com o mesmo nome. Como
já existia
Belém do Pará foi enviada uma lista
tríplice a Mário
Melo, na época, diretor do Instituto
Histórico e
Geográfico de Pernambuco, e ele
escolheram o nome
Jatene por sua preferência a nomes
indígenas. Em
1953, a cidade voltou a receber o
nome “Belém”
Acrescido da expressão “do São
Francisco”,
Que permanece até hoje:
BELÉM DO SÃO FRANCISCO
A partir da década de 70, em
homenagem à
Emancipação política do município, o
dia 07 de maio
Passou a ser comemorado festivamente,
constando
O evento de: missa solene, disputas
esportivas,
Desfiles estudantis, bailes,
congregando assim os
Belenitas para os festejos de ordem
política, cívica,
artística e religiosa. Assim sendo,
resumimos nestes
quadros as seguintes informações
sobre o município de Belém
Do São Francisco:
Denominações Diversas
1793 - FAZENDA CANABRAVA
1830 - FAZENDA BELÉM
1885 - FREGUESIA BELÉM
1902 - VILA BELÉM
1903 - CIDADE - BELÉM DE CABROBÓ
1928 - BELÉM
1943 - JATINÃ
1953 - BELÉM DO SÃO FRANCISCO
Independência Política - 07 de maio
de 1903
Em maio de 1971, o então prefeito
Gerson Alves de
Carvalho Pires oficializou o Hino do
município de
Belém do São Francisco.· O Brasão, a
bandeira e o
Hino são os símbolos oficiais do
município de Belém
Do São Francisco.
7. PETROLINA
O frei capuchinho italiano, Henrique,
realizava missões
Pelo caminho das águas pelas
povoações ribeirinhas;
Também em ilhas banhadas pelo rio São
Francisco,
E nos trechos que hoje correspondem
aos municípios
De Santa Maria da Boa vista e
Petrolina. Em meados
Do século, o mesmo frei fez o pedido
da construção de
Uma capela ao vigário de Coripós, o
que hoje é Santa
Maria da Boa Vista. A construção foi
dada início em
1858 na pequena povoação de Passagem,
localizada
Na margem esquerda do Rio São
Francisco; no local
Havia uma área coberta de rocha, que
posteriormente
Foi utilizada na construção da Igreja
Catedral de
Petrolina. Na área também conhecida
por “Pedra Grande”,
fica a atual Praça do Centenário,
considerada marco zero da cidade.
Recebeu o nome de Petrolina em
homenagem ao Imperador Dom Pedro II.
Periodização Histórica – de povoação
da cidade
1858
POVOAÇÃO “PASSAGEM DE JUAZEIRO”
1862
FREGUESIA “PASSAGEM DE JUAZEIRO”
1870 VILA DE PETROLINA
1879 COMARCA DE PETROLINA
1893 AUTONOMIA MUNICIPAL
8. DADOS RELACIONADOS À EDUCAÇÃO NOS
MUNICÍPIOS DA REGIÃO
CABROBÓ:
População: 28.851 hab. – Área da
Unidade
Territorial: 1.658 km².
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede Escolar/
2006.
Total Matrículas do Ensino
Fundamental de
6.623 estudantes-
Matrículas na Escola Pública Estadual
2.069 estudantes/
Matrículas Escola Pública Federal
0 - Matrículas Escola Pública
Municipal
4.114 estudantes/Matrículas na Escola
Privada
440 estudantes/Total Matrículas do
Ensino Médio
1.962 estudantes/Matrículas na Rede
Pública Estadual
1.850 estudantes/Matrículas na Rede
Privada
112 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
408 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
93 docentes
ITACURUBA:
População: 4.097 hab.
– Área da Unidade Territorial:
430 km²-.
Ensino –
Matrículas, Docentes e Rede Escolar/
2006.
Total Matrículas do Ensino
Fundamental
1.353 estudantes/
Matrículas na Escola Pública Estadual
0
Matrículas Escola Pública Federal
0 Matrículas Escola Pública Municipal
1.353 estudantes/
Matrículas na Escola Privada
0
Total Matrículas do Ensino Médio
339 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
339 estudantes
Matrículas na Rede Privada
0
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
54 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
14 docentes
SALGUEIRO:
População: 53.167 hab.
– Área da Unidade Territorial: 1.639
km²
.Ensino – Matrículas, Docentes e Rede
Escolar/
2006.
Total Matrículas do Ensino
Fundamental
11.571 estudantes/
Matrículas na Escola Pública Estadual
5.934 estudantes/
Matrículas Escola Pública Federal
0
Matrículas Escola Pública Municipal
4. 106 estudantes
Matrículas na Escola Privada
1.531 estudantes
Total Matrículas do Ensino Médio
2.907 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
2.560 estudantes
Matrículas na Rede Privada
347 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamenta0
505 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio138
docentes
FLORESTA:
População: 26.648 hab.
– Área da Unidade Territorial 3.644
kMc.
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede
Escolar/ 2006.
Total Matrículas do Ensino
Fundamental
6.111 estudantes/
Matrículas na Escola Pública Estadual
1.922 estudantes
Matrículas Escola Pública Federal
0
Matrículas Escola Pública Municipal
3.788 estudantes
Matrículas na Escola Privada
401 estudantes
Total
Matrículas do Ensino Médio
1.901 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
1.823 estudantes
Matrículas na Rede Privada
78 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
347 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
126 docentes
JATOBÁ:
População: 13.797 hab.
– Área da Unidade Territorial: 278
km².
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede
Escolar/ 2006.
Matrículas no Ensino Fundamental
3.033 estudantes
Matrículas no Ensino Médio
1.094 estudantes
Nº de Docentes no Ens. Fundamental
150 docentes
Nº de Docentes no Ens. Médio60
docentes
BELÉM DE SÃO FRANCISCO:
População: 20.545 hab.
– Área da Unidade Territorial: 1.831
km².
Ensino – Matrículas, Docentes e Rede
Escolar/ 2006.
Total Matrículas do Ensino
Fundamental
4.382 estudantes
Matrículas na Escola Pública Estadual
772 estudantes
Matrículas Escola Pública Federal
0 Matrículas Escola Pública Municipal
3.365 estudantes
Matrículas na Escola Privada
245 estudantes
Total
Matrículas do Ensino Médio
1.635 estudantes
Matrículas na Rede Pública Estadual
1.607 estudantes
Matrículas na Rede Privada
28 estudantes
Nº de Docentes no Ensino Fundamental
265 docentes
Nº de Docentes no Ensino Médio
74 docentes
9. BARRAGEM DE ITAPARICA
Com a construção da barragem de
Itaparica
(PE/BA – potencial hidrelétrico:
2.500 MW) cerca de
5.800 famílias de agricultores foram
transferidas
Para agrovilas, em glebas na
caatinga. Os projetos
Abaixo são de reassenta mentos que a
CHESF
(Companhia Hidro Elétrica do São
Francisco) foi
obrigada a prover as condições
necessárias à
instalação de uma vida digna para
estas famílias:
Santa Maria da Boa Vista Projeto
Caraíba
Orocó - PEProjeto Brígida
Itacuruba - PEProjeto Itacuruba
Petrolândia - PEProjeto Apolônio
Sales Curaçá – BA
Projeto Pedra Branca Glória – BA
Projeto Borda da Lagoa Chorochos/
TerachilPiscigranjas
Glória – BA
Jusante Rodelas – BA
Itacoatiara Petrolândia – PEBl oco 2v
Projetos
como a Itacoatiara (Rodelas /BA),
Jusante (Glória BA),
e BLOCO 2 (Petrolândia /PE); são os
que têm
apresentado maior demora na conclusão
das obras
de beneficiamento da região. Até hoje
representantes
do Pólo Sindical dos Trabalhadores
Rurais do Submédio
do São Francisco lutam por melhorias
na região, afetada pela
construção da barragem de Itaparica e
formação do seu lago.
Esta construção foi uma ação
promovida pela
CODEVASF (Companhia de
desenvolvimento do Vale
do São Francisco) e iniciativas
privadas. Em reunião em setembro de 2005
com o presidente, à época, da
CODEVASF, Francisco Guedes, foi reivindicada
a devida assistência técnica aos
projetos irrigados e a transferência de sua
gestão para os reassentados. A luta
dos trabalhadores do Pólo
é histórica, começou em 1986 quando
tiveram que
se deslocar para agrovilas já que a
área que ocupavam
havia sido coberta com a inundação do
lago de
Itaparica. A partir daí, o Estado
garantiu que as
mesmas condições de vida que a
população tinha
antes seriam mantidas. E para tanto,
na data de 06
de dezembro de 1986 foi garantido aos
reassentados,
a formação de um reassenta mento
irrigado para as
cerca de 6.000 famílias de
trabalhadores e
trabalhadoras da Bahia e de
Pernambuco, que estavam
passando por todo este processo. Foi
o primeiro
projeto financiado pelo Banco
Mundial, em todo o
mundo, que gerou ao invés de indenizações
em
dinheiro o reassenta mento para as
famílias.
Infelizmente 20 anos após, esses
projetos ainda se
arrastam. Durante o governo de
Fernando Henrique
Cardoso, foi criado o GERPI (Grupo
Executivo para
Conclusão do Projeto Itaparica) que
instituiu o
programa de compensação financeira.
Na época o
Pólo Sindical utilizou-se de
estratégias para que
trabalhadores e trabalhadoras não
aderissem à
proposta, mas um número acima de mil
reassentados
e reassentadas fez adesão. O que é
indicado como
um fator de miséria, desemprego e
aumento da
miséria na região, segundo o Pólo
sindical, pois deste
dinheiro pouco pode ser feito. Porém
segundo
reportagem de 2006, o término para as
obras estava
previsto para abril/2007, entretanto
até aquele
momento apenas o que havia sido
concluído era a
abertura das licitações para compra
do material
elétrico e de irrigação
(Boletim PTRD KOINONIA,
2006)[1].
Após pesquisas feitas em dois
assentamentos (Brejinho de Fora –
próximo a
Petrolândia,PE, e Fazenda Cana
Fístula – próxima
a cidade Delmiro Gouveia, AL),
pesquisadoras da
FUNDAJ, concluíram que a renda
família, no primeiro
reassentamento, ficava em torno de
dois salários
mínimos na época. Sendo que
aproximadamente
metade da renda nos assentamentos provinha
de
aposentadorias e pensões. A produção
agrícola era
basicamente voltada ao consumo
familiar; eram
plantados basicamente milho, mandioca
e feijão,
mais algumas fruteiras como banana,
melancia, coco.
As vendas de verduras ou frutas nas
feiras são feitas
eventualmente. O criatório de animais
também se dá
de forma bem resumida, numa média de
menos de
meia dúzia de animais por família. A
maioria dos
serviços, saúde, educação,
abastecimento da casa
em utensílios e alimentos
complementares são feitos
na cidade de Petrolândia, no caso de
Brejinho de Fora.
A facilidade encontrada quanto a
transporte na
comunidade de Brejinho, não há em
Fazenda
Cana-fístula, às vezes é preciso ir à
cidade mais
próxima, de moto ou a cavalo, ou
fretar, na localidade
mais aproximada, um carro, esta é a
medida mais
apropriada se for o caso de haver um
doente,
ou alguém que um deseje ou não possa
se aventurar
em caminhadas, ou nos outros meios
citados.
A situação do ensino nesta comunidade
também é
precária; a escola construída durante
o processo
de reassenta mento, como parte do
compromisso da
CHESF, atende apenas crianças do 1º
grau menor,
conta com 3 professoras, à época, e
recebiam 1
salário mínimo. O abastecimento de
água nas duas
comunidades é ponto de crítica dos
moradores
devido à distribuição, as quebras
freqüentes nas
bombas, e o tratamento da água.
“Segundo afirmam, há uma enorme
diferença entre
a qualidade da água que abastecia
antes as moradias
e a que, hoje, lhes é oferecida. Lá,
elas possuíam
“fontes” de abundantes e saudáveis”.
(RAT, pág. 22).
10. CESVASF:
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO
VALE DO SÃO FRANCISCO –
BREVE HISTÓRICO
No ano 1971, o Sr. Alípio Lustosa de
Carvalho
juntou-se a alguns professores e
autoridades de
Belém do São Francisco para
articularem a
possibilidade de se fundar uma
faculdade.
Foi colocado à disposição o prédio da
antiga Escola
Normal N. Sra. do Patrocínio, em
horário noturno,
para funcionamento da instituição
idealizada.
Em novembro de 1975, através da Lei
nº 04/75,
publicada no D.O. De 13 de novembro
de 1975,
foi instituída a Autarquia Municipal
Faculdade de
Formação de Professores de Belém do
São do
São Francisco (FAFORBE).
Os cursos da FAFORBE foram
reconhecidos em
04 de setembro de 1984, através de
Portaria
Ministerial nº 377, publicada no
Diário oficial da União,
em 13 de setembro de 1984. No mesmo
ano,
em dezembro a Autarquia passou a ser
denominada
de Autarquia Bel emita de Cultura,
Desportos e
Educação - ABCDE, e a FAFORBE passou
a ser
denominada pelo nome que conhecemos
até hoje,
Centro de Ensino Superior do Vale do
São Francisco
- CESVASF.
A planificação de seus cursos se deu
no ano seguinte,
através da portaria ministerial 222,
de 20 de março
de 1985; e o que era o curso de
Ciências Sociais foi
desmembrado em História e Geografia;
porém o
reconhecimento destes só foi obtido
em 1991. Em
fevereiro de 1994, foi autorizado
mais um curso,
desta vez o de Ciências, com
Habilitação em
Matemática, reconhecido em 10 de maio
de 2001.
Desde 2000, o CESVASF começou a
oferecer cursos
de Pós-Graduação "Latu
Senso" nas áreas de História,
Letras e Geografia, todos autorizados
pelo Conselho
Estadual de Pernambuco. Em 2003, os
cursos de
pós-graduação foram ampliados, coma
criação dos
cursos de Geografia do Turismo,
História
Contemporânea, Técnicas Educacionais,
Educação
Matemática e Educação Ambiental. Em
2007
foram instituídos mais dois cursos de
graduação,
Biologia e Física e, na
pós-graduação, as
especializações em Ensino de Língua
Inglesa e
em História e Cultura Afro-brasileira
e Indígena.
Hoje o CESVASF com 32 anos, vem
assim,
alargando seu campo de atuação e
desenvolvendo
um trabalho reconhecido pelos órgãos
educacionais
e pela comunidade da região, a qual é
também
diretamente beneficiada pelas
atividades de extensão
desenvolvidas por esta Instituição de
Ensino Superior
.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS·
Boletim do Programa Programa
Trabalhadores
Rurais e
Direito KOINONIA – Ano I – nº 0 /
2006.
· Especial Rio São Francisco
(continuação 4)
26/10/2004.
· LEITE, Marlindo Pires. Belém: uma
cidade no Vale
do São Francisco / Marlindo Pires
Leite,
Maria Estelita Lustosa Roriz. Maria
Auxiliadora
Lustosa Coelho; prefácio de Edson
Lustosa Cantarelli.
– Recife: CEPE, 1993.· LIMA, Ana
Elisa V.;
GALINDO, Magda Caldas.
Projeto Itaparica: avaliação do
reassentamento rural
(4º Relatório de Acompanhamento
Trimestral – RAT).
FUNDAJ, 1995.· SILVA, Severino
Vicente da.
Mergulhados na saudade das cidades
mergulhadas
nas águas do Lago de Itaparica.
Associação sem fins lucrativos,
formada por pessoas
de igrejas cristãs e de outras
expressões de fé,
além de líderes do movimento social.
Tem como
princípio fundamental o compromisso
com o
ecumenismo e a democracia tendo em
vista
a luta em favor da cidadania, contra
toda forma
de exclusão humana.
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