Presume-se
que o nome Belém tenha sido uma homenagem à Nossa Senhora de Belém, imagem venerada na igrejinha da antiga aldeia
da ilha do Araxá (hoje, Ilha da Missão). Atualmente, não existe mais a
igrejinha, pois desabou na grande cheia do rio São Francisco, em 1792, ficando
só os escombros.
O
surgimento da cidade vem de meados do século XVIII, com o estabelecimento da
Fazenda Canabrava, pertencente à “Casa da Torre”.
“A Casa
da Torre que conseguira,“com tinta e papel”, grandes áreas de terra na Bahia e
mais tarde estendera seus domínios para as margens do Rio São Francisco onde
criara os currais de fora na margem esquerda e os currais de dentro na margem direita do caudoloso rio.
Não lhe
sendo possível administrar toda a imensa área que recebera, a famosa Casa da
Torre achou conveniente ir arrendando as terras aos que se dispunham
explorá-las”.
Não
existe uma versão oficial para a denominação da Fazenda Canabrava. Acham os
mais velhos que o motivo da escolha do nome é que havia na região ribeirinha do
São Francisco uma planta silvestre chamada cana-brava, dominando a paisagem.
Em 1793,
essas terras foram arrendadas da “Casa da Torre” de Garcia d’Ávila, pelo casal
Manoel de carvalho Alves (português), e D. Inácia
Maria da Conceição. “A fazenda se estendia por uns 15 quilômetros na margem do
rio São Francisco e, dentro de sua área, no começo do século XIX, um neto de
Manoel de Carvalho Alves, Antônio de Sá Araújo, fundara uma outra fazenda
distante uns 6 quilômetros da sede da primitiva fazenda Canabarava.
A
localização da Fazenda de Antônio de Sá Araújo era mais estratégica, para a
navegação no rio São Francisco. Enquanto a sede da fazenda Canabrava situava-se
às margens de um braço do rio que, secava em certas épocas do ano”.
dificultando a aportagem de embarcações.
“Seguindo
os costumes da época, o proprietário da fazenda doou uma certa área de terra
que constituiria o patrimônio necessário à freguesia que seria criada. Várias
casas foram sendo construídas, principalmente pelos parentes do fazendeiro e
não demorou a ser organizada uma feira semanal.
Em 12 de outubro
de 1885, o povoado passou à freguesia pela Lei provincial nº 1835 e pela Lei
Estadual nº 553, de 13 de junho de 1902, passou à categoria de vila, com o nome
de Belém. Em 07 de maio de 1903, foi elevada à categoria de cidade, pela Lei
Estadual nº 587, com o nome de Belém de Cabrobó e inaugurado como sede do
município a 23 de maio do mesmo ano, permanecendo com este nome até 1928. Mas,
posteriormente, volta a ter o nome de Belém, até 1943, quando passou a se
denominar Jatinã.
O nome
Jatinã foi dado a Belém, por força de um decreto lei, na época da ditadura de
Getúlio Vargas, quando ficou proibido haver, no Brasil, duas cidades com o
mesmo nome. Como já existia Belém do Pará, tivemos que escolher outro nome para
nossa cidade. Foi enviada uma lista tríplice a Mário Melo, na época, diretor do
Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, e ele escolheu o nome JATINÃ,
por sua preferência a nomes indígenas.
Em 1953,
voltou a receber o nome de Belém, acrescido da expressão “do São Francisco”,
(Belém do São Francisco), o que permanece até hoje.
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